Hoje topei com esse texto no blog de uma mãe de filhos que não tem síndrome de Down sobre o encontro dos seus filhos com um menino com síndrome de Down no parquinho de um Shopping Center.
Justamente nessa semana em que se falou tanto sobre o preconceito entre crianças, achei muito bacana o gesto dessa da mãe e como domingo é o dia das mães achei legal mostrar esse depoimento. Quando eu vejo mães de outras crianças eu sempre penso que estou diante de pessoas que podem mudar o mundo talvez mais que aquelas pessoas tidas como poderosas, políticos, celebridades, etc, etc.
A sensação que tive ao ler o texto foi a de que podemos confiar nas pessoas comuns, nossos vizinhos, nossos iguais e que é principalmente através delas que o mundo será melhor para todos, inclusive nós mesmos e que mães como essa do texto fazem um trabalho sem preço para mudar o mundo de verdade.
Espero que gostem e que mães, pais e filhos tenham todos um excelente dia das mães..
Lucio Carvalho
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Aprendendo a conviver com a diferença
Por Ana Paula Douglas
http://deboniando.blogspot.com/2010/05/aprendendo-conviver-com-diferenca.html
Chega o fim de semana… E quem tem filho começa as orações pra Nossa Senhora do Programa de Indio. No último, depois de ter ouvido lamentações de segunda a sexta implorando por McDonald’s (o que pra mim significa: comida ruim, Coca-Cola com gelo, mesmo que você implore pra não colocar, repetir 364 vezes “termina o lanche!” e passar horas olhando pro nada esperando crianças se cansarem de brincar) me rendi. Como não sou boba fui preparada: aparelho de música com fone de ouvido e livro. E estava dando certo… Filho e amiguinho se esbaldando… só ouvia a gritaria de longe e percebia vagamente os vultos em minha volta…
Até que chegou o João. Com uns 9 anos, a mesma idade dos meus (na verdade só tenho um, mas estou sempre com vários e quando estão comigo são todos meus) estava com a mãe e a irmã e ficou parado no canto do pátio observando a movimentação, como só as crianças sabem fazer… Aos poucos os três foram se aproximando e resolveram brincar de pega-pega. Quando ficaram exaustos se sentaram e foram jogar cartas de Bakugan (se você não faz a menor idéia do que se trata, fique apenas feliz por isso e esqueça o assunto). João distribuiu o baralho e eles passaram um tempão muito entretidos, até a mãe dele ter que ir embora, no meio de muitos protestos. Nada demais, não é? Apenas crianças brincando… Seria sim, não fosse por um detalhe: João tem Síndrome de Down.
Quando ele chegou fechei meu livro e fui observar como ia interagir. A princípio pensei que fosse procurar as crianças menores, fiquei ainda mais curiosa quando vi que ele queria brincar com os “meus”. Sei que meu filho e seu amigo não têm nenhuma intimidade com pessoas com necessidades especiais, não me lembro de te-los visto antes com crianças que não fossem “normais”. Também não estão mais naquela idade em que tudo é natural e aceitável. Pelo contrário, estão começando a atentar para os enormes abismos que separam os seres humanos e muitas vezes, nessa fase, o grande barato é discriminar o diferente. Então não nego que minha respiração ficou um pouco suspensa.
Ele tem problemas de fala e dificuldade de entender regras mais complexas das brincadeiras, além, é claro, das características físicas. Mas eles driblaram esses obstáculos. João ficou sendo sempre o pegador e adorou! E os outros dois riam muito enquanto fugiam, mas sempre junto com o João e nunca dele. A comunicação também foi resolvida: eles ficaram perto da mãe do novo amigo e quando precisava ela fazia uma traduçãozinha. E pronto! Superadas as diferenças ficaram sendo só aquilo que sempre foram: crianças.
Óbvio que a babona aqui deu vexame. Ainda que tentando ser discreta não conseguia parar de sorrir e nem conter as lágrimas. Fiquei feliz. Orgulho pela coragem do João, que não se importando em enfrentar uma possível rejeição, fez o que teve vontade de peito aberto e com muita independência. E pelos “meus” meninos que lidaram com aquela situação tão diferente com delicadeza, elegância e generosidade. É claro que eles perceberam. Dentro do carro me bombardearam de perguntas, que respondi com toda sinceridade. Não deixei de ressaltar a importância e o valor da atitude deles e de explicar que muitas pessoas, até mesmo muitas crianças, não teriam tido um comportamento tão cheio de dignidade e naturalidade.
Adorei o passeio no McDonald’s.
Adorei!!!
Sou mãe de um jovem Down com 23 anos!
Nada a acrescentar! Apenas gostei do que li!!
Bjus
Muitas vezes as crianças nos surpreendem mais que podemos imaginar.
Você ficou feliz e emocionada, agora imagina a mãe do João. Quantas vezes ela deve ter visto o seu filho a parte, por preconceitos impossíveis de entendermos.
Parabéns aos “seus”filhos e também a você, afinal é da onde vem a formação das crianças: de casa.
Parabéns a mãe blogueira e ao Lúcio pela divulgaçao de um texto simples, mas que retrata aquilo que buscamos no dia-a-dia da escola inclusiva. Fiquei emocionada e esperançosa, como mãe e professora, porque só precisamos enxergar que as relações entre crianças “especiais” e crianças “normais” são apenas relações entre crianças.
Tenho um anjinho que tem 08 anos e tem síndrome de Down e saiba que eles sempre são assim, dados, sem medo de rejeição e as vezes o medo é nosso de que eles sejam rejeitados pois doí muito.Queria que a sociedade os vissem assim com esse mesmo carinho.
Gente, que coisa linda… E o que prova: criança é tudo igual!
Estou gravida de 8 meses, e ja sei que meu diamante é DOWN…..amei tudo desde o começo da historia, serve para refletirmos e passarmos adiante, pois quem faz a diferença somos nos adultos…..crianças que temem, são aquelas que não teem um bom dialogo com os pais…