Revista Inclusão: os rumos da educação especial no Brasil frente ao paradigma da educação inclusiva

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Editorial

Os mais recentes tratados internacionais têm refletido um desejo mundial de construção de uma sociedade que não só reconhece a diferença como um valor humano irrefutável, como também promove condições plenas para o desenvolvimento das potencialidades de todos os seres humanos, na sua singularidade.

O Brasil, nos últimos anos, avançou na elaboração e na implementação de ações intersetoriais, baseadas na concepção de que a inclusão social das pessoas com deficiência se dá na medida em que as políticas de educação,
saúde, assistência social, transporte, trabalho, cultura, desporto, dentre outras, articulam-se para atender efetivamente às especificidades deste público.

A educação inclusiva vem se tornando uma realidade cada dia mais desafiadora para os sistemas de ensino brasileiros, pois o direito à educação não se configura apenas pelo acesso, materializado na matrícula do aluno junto ao estabelecimento escolar, mas também pela sua participação e aprendizagem ao longo da vida.

Neste sentido, há um conjunto de ações voltadas para os alunos, pais, professores, gestores escolares e formadores docentes, com a finalidade de solidificar e ampliar as condições necessárias para garantia do direito à educação.

O impacto de tais ações é perceptível nas informações trazidas pelo censo escolar MEC/INEP 2009, que denota o acréscimo no percentual de alunos público-alvo da educação especial, matriculados nas classes comuns do ensino regular. Em 2002, este número era de 28%, enquanto em 2009 este percentual passou para 56%.  A Revista Inclusão, nesta edição, traz um panorama sobre a concepção de educação especial ao longo das últimas décadas e destaca os principais marcos legais, políticos e pedagógicos da educação especial na perspectiva da educação inclusiva.

Neste contexto, a formação dos atores sociais envolvidos no processo educacional passa por transformações profundas, necessárias para a construção da escola como espaço plural de valorização dos diferentes saberes, tema tratado aqui como pressuposto para o desenvolvimento inclusivo da escola.

Com o sentido de contribuir para o fortalecimento da ação intersetorial na promoção da inclusão social das pessoas com deficiência, é destacada a recente política pública na área da reabilitação visual.

A acessibilidade na escola é concebida como uma premissa para o pleno acesso dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, compreendendo desde a acessibilidade arquitetônica e na comunicação, passando pela produção de materiais didáticos acessíveis e o uso de recursos de tecnologia assistiva na escola.

É com grande satisfação que esta revista compartilha a experiência espanhola sobre as condições de aquisição da língua falada e da língua de sinais pelas pessoas com surdez, enriquecendo os debates sobre o tema em nosso país. Esta oitava edição trata, ainda, sobre os desafios da educação inclusiva, especificamente a respeito dos aspectos que envolvem a escolarização dos alunos com transtornos globais do desenvolvimento. Outro tema pautado é a inclusão das pessoas com deficiência na educação superior e as mudanças decorrentes no âmbito das Instituições de Educação Superior do Brasil.

No espaço destinado às resenhas, é divulgada uma rica experiência de acessibilidade desenvolvida na educação superior, envolvendo diferentes áreas do conhecimento.

Desejando uma excelente leitura, importa informar que a versão digital acessível (Mecdaisy) acompanha este formato impresso da Revista Inclusão.

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Sumário da edição

Entrevista
Clélia Brandão Craveiro, Claudia Pereira Dutra e Rebecca Monte Nunes Bezerra

Os Rumos da Educação Especial no Brasil frente ao Paradigma da Educação Inclusiva
Claudia Pereira Dutra e Martinha Clarete Dutra dos SantosNovas perspectivas da inclusão social da pessoa surda desde os primeiros anos de vida
Núria Silvestre

Convenção da ONU sobre os direitos das pessoas com deficiência: avanços no ordenamento jurídico
Eugênia Augusta Gonzaga Fávero

Incluir não é inserir, mas interagir e contribuir
Rita Vieira de Figueiredo

Transtornos globais do desenvolvimento e os desafios para o processo de inclusão educacional
Rosane Lowenthal e José Ferreira Belisário Filho

O movimento das diferenças na educação superior: inclusão de pessoas com deficiência
Elizabete Cristina Costa-Renders

Rede de Serviços de Reabilitação Visual no SUS
Érika Pisaneschi e Maria Alice Correia Pedotti

Acessibilidade escolar: o direito ao acesso, à participação e à aprendizagem dos alunos com deficiência
Cleonice Machado de Pellegrini e Sinara Pollom Zardo

12 Comments

  1. Prezados colegas,

    Como faço para conseguir a revista INCLUSÃO impresso? Trabalho como fisioterapeuta no SUS da cidade de Tatuí e Boituva SP atendendo mais de 20 pacientes em UBS e centro de especialidades. Tenho certeza que a revista será muito importante para os diverssos profissionais da área e usuários, proporcionando informações de qualidade e significativa para o desenvolvimento profissional e pessoal de cada um de nós.

    Atenciosamente,

    Flávio Gomes

    1. Entre em contato com a SEESP/MEC:
      Secretária de Educação Especial
      Claudia Pereira Dutra
      Fone: (61) 2022 7635/7633

      Chefe de Gabinete
      Misiara Cristina Oliveira
      Fone: (61) 2022 7635

      Diretoria de Política de Educação Especial
      Martinha Clarete Dutra dos Santos
      Fone: (61) 2022 7638

      Abs,
      Patricia Almeida
      Equipe Inclusive

  2. Não acredito na inclusão de desficientes em escola regular. Tão pouco dão conta de necessidades básicas como dislexia, deficit de atenção e outras imaginem só cegos e surdos em classes com mais de 30 alunos!!! Isso não é inclusão social e sim exclusão!!!
    Capacitem os professores para atender o que não dão conta e parem de inventar inclusão!!
    Estas pessoas merecem respeito!!!
    Busquem as experiências de inclusão! Depoimentos escutem os deficientes ah se forem capazes néh sem LIBRAS você certamente não se comunicara eficazmente com um surdo e o mesmo com o cego!

  3. A inclusão é viável , mas depende de toda uma reestruturação do sistema como visa a lei , em termo de legislação estamos muito bem amparados , mas infelizmente o fazer , a práxis , ainda é algo que ainda está atrasado. precisamos de discussões a cerca do tema para ampliar a visão. Sou professora de AEE na área de deficiência visual, e posso afirmar que é possível sim , o aluno estudar em classe comum , com 30 ou mais colegas e obter sucesso.Mas para isso acontecer é necessário: O atendimento de AEE acontecer, adaptação curricular , envolvimento de gestores , professores , família, mas principalmente o interesse e disponibilidade do professor regente em oferecer um ensino e adaptações necessários a este aluno , pois só assim ele fará parte do todo e não ficará à margem do processo educacional e da sociedade futuramente.enfim, faz-se necessária, uma rede integrada ao atendimento deste aluno.
    Capacitação é só um item nesta ampla tarefa, mas deixo a reflexão: de nada adianta capacitação sem disposição para o fazer ,vale mais, a vontade do que capacitação e se os dois andarem juntos, aí afirmo SERÁ UM SUCESSO!!!!!!

  4. Boa tarde

    Sou Terapeuta educacional, trabalho com a intervenção cognitiva e gostaria de receber a revista inclusão, como posso adiquiri-la?

    Obrigada

    Cristiane Dluhosch

  5. Ola trablho na biblioteca de uma escola tecnica federal e gostaria de saber como adquirir essa revista impressa?

    obrigada.

  6. Fabiana Mendanha também trabalho no A.E.E. e penso como você. Não adiante capacitar quem não aceita e não quer a inclusão nas escolas. Acredito sim na inclusão e ela tem muitos benefícios paras os alunos, mas precisamos tem um efetivo comprometimento de toda a equipe escolas, família e comunidade para dar certo. Acredito que estamos no caminho….é longo….mas estamos

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