Em mobilização nacional, organizações reivindicam educação, alimento e trabalho decente

Inclusive - direitos humanos: o globo terrestre e ícones representando pessoas de várias cores.No quesito educação, o Dia Nacional de Mobilização exigirá destinação de 10% do PIB brasileiro para o setor e a construção de mais creches, o que favorece a autonomia econômica das mulheres.

Por Camila Queiroz, da Adital

Militantes sociais e sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Marcha Mundial das Mulheres, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Federação Única dos Petroleiros (FUP) e Central de Movimentos Populares (CMP) realizarão, no Brasil, o Dia Nacional de Mobilização na luta por educação, alimento e trabalho decente.

Paralisações, atraso na entrada do trabalho, passeatas, panfletagens e debates comporão o Dia Nacional, que ocorrerá de maneira descentralizada, em 23 dos 26 estados brasileiros, além do Distrito Federal. A expectativa dos organizadores é que milhares de trabalhadores se unam à manifestação.

De acordo com a militante da Sempreviva Organização Feminista (SOF) e da Marcha Mundial das Mulheres, Sônia Coelho, os movimentos decidiram se articular conjuntamente por entender que precisam fortalecer suas bandeiras no contexto de novo governo, sob o comando da presidenta Dilma Rousseff desde o início deste ano.

“Estamos começando um novo governo, já está aí com seis meses, e esse é o momento de os movimentos irem pra rua, mostrar que estão mais vivos do que nunca e que querem conquistar direitos”, afirmou.

Sônia detalha que os movimentos analisam como boa a conjuntura econômica brasileira e, por isso, avaliam que esta é a ocasião propícia para reivindicar direitos sociais. “Há temas que os movimentos entendem que têm que avançar no Brasil. O país está bem e é hora de melhorar a distribuição de riqueza por meio da educação, por exemplo, muito importante para gerar mais crescimento”, ressaltou.

Dentre as reivindicações, está o trabalho decente, eixo de luta que inclui o combate à terceirização; remuneração igual para tarefa igual, no caso das mulheres, que muitas vezes recebem remuneração inferior aos homens mesmo desempenhando a mesma tarefa; fim do fator previdenciário, que atinge os trabalhadores aposentados ou prestes a se aposentar, além da redução da jornada de trabalho, de 44 para 40 horas semanais, sem redução salarial. “Uma demanda que está no Congresso desde meados da década de 1990”, comenta Sônia.

No quesito educação, o Dia Nacional de Mobilização exigirá destinação de 10% do PIB brasileiro para o setor e a construção de mais creches, o que favorece a autonomia econômica das mulheres.

“Apenas 20% das crianças tem acesso a creches, o que dificulta muito a participação das mulheres no mercado de trabalho. O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) divulgou um estudo mostrando exatamente isso, que a falta de creches afeta economicamente as mulheres, daí a importância de defender o fortalecimento desses equipamentos de políticas públicas”, enfatizou.

Também unânime entre as organizações é a luta por Reforma Agrária. “Nós queremos outro modelo de produção, fortalecer a agricultura familiar, responsável por 70% dos alimentos consumidos no país, mas sem os investimentos necessários, é inverter essa lógica que faz com que o agronegócio leve a maior parte dos investimentos”, explica, acrescentando que assim o valor dos alimentos poderia ser barateado.

Somado a essa bandeira, vem o repúdio aos agrotóxicos, que causam adoecimento à população e enriquecem transnacionais como Syngenta, Bayer e Monsanto, consideradas as maiores produtoras. Os movimentos revelam que, apenas em 2009, o Brasil consumiu cerca de um bilhão de litros de agrotóxicos, o equivalente a cinco litros por brasileiro.

Para saber o que cada estado vai realizar no Dia Nacional de Mobilização, acesse http://www.cut.org.br/destaques/20902/rumo-ao-6-de-julho-dia-nacional-de-mobilizacao

Fonte: Adital

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