Emoção na formatura do ensino médio

Diploma enrolado amarrado com fita vermelha.
As estudantes Julliane Andreyse Martins Rodrigues, 32 anos, de São Manoel do PR e Francieli Daiana Bordin, 23 anos, de Japurá, estão comemorando a formatura do Ensino Médio. O fato seria comum se elas não tivessem a síndrome de Down. As mesmas driblaram o preconceito e venceram com mérito.

Segundo Maurílio Beraldo, Diretor do Colégio Estadual Duque de Caxias – EFM, de São Manoel do Paraná, os profissionais da educação, para atender e responder efetivamente às necessidades educacionais especiais da estudante Julliane no seu processo de aprender e construir conhecimentos, modificaram seus procedimentos de ensino, tanto introduzindo atividades alternativas às previstas, como também atividades complementares, através da flexibilização curricular.

Para Cleide Rodrigues de Godoy Quental, mãe de Julliane, a escola além de proporcionar o conhecimento científico à filha, mesmo com todos os seus limites, fez com que ela adquirisse responsabilidades, se organizasse com facilidade, sabendo o que quer e discutindo diversos assuntos. Quando Julliane lê ou ouve palavras diferentes sempre pergunta: o que é? O que quer dizer? A escola foi primordial para seu desenvolvimento e com certeza, ela irá sentir muitas saudades de todos pois não gostava de férias longas.

A amiga de turma, Sabrina Soares Santos, 17 anos, enfatizou: “Estudar com a Julliane foi especial no sentido de que nós aprendemos na prática o significado do conceito de diversidade humana, acredito que o processo é normal e o especial mesmo é o resultado, nossa formatura!”

A Diretora do Colégio Estadual Rui Barbosa – Ensino Médio, de Japurá, declarou: ” Esta conquista é parte de uma decisão que a área Educacional de Japurá não demorou a tomar, pois sabemos que o tempo passa e as crianças crescem. Por isto, definimos as ações e percebemos que não podíamos continuar nos apoiando nas desculpas, na deficiência, então optamos olhar por outra perspectiva, arranjando meios de driblar os aspectos biológicos, por meio do processo cultural”. Declarou ainda, que para os professores, equipe pedagógica, direção e funcionários em geral, foi uma realização trabalhar com a estudante Francieli.

Para a Pedagoga Adélia Taira Marcuz, a aluna Francieli teve um bom relacionamento em sala de aula, realizou as atividades individuais e em grupos e os demais alunos foram amigos, companheiros e comprometidos com ela. Demonstrou também, interesse pelos conteúdos de todas as disciplinas, compromisso e iniciativas. Durante o processo de ensino aprendizagem, os professores perceberam que ela não conseguia acumular muitas informações ao mesmo tempo e necessitava de atendimento individualizado no dia a dia. O incrível é que, por muitas vezes, ela demonstrou mais interesse para aprender que os demais alunos da sala de aula.

Diante das colocações acima, a Professora Ana Floripes Berbert Gentilin, Técnica Pedagógica do NRE de Cianorte, ratificou as palavras ensinadas pela sua Orientadora do PDE, Professora Doutora Sonia Mari Shima Barroco, da UEM: ” A deficiência, o déficit ou defeito biológico só terá o estatuto de impedimento se assim a sociedade o reconhecer”. Afinal, tal condição implica apenas em um modo diferenciado de desenvolvimento e não um fator impeditivo deste, pois a questão não é o problema biológico ou intelectual em si, e sim as repercussões sociais que causa. Ainda lnformou que, a primeira estudante com síndrome de Down a se formar no Ensino Médio, na jurisdição do NRE de Cianorte foi Eid Maria Araújo, de Tapejara, no ano de 2007.

O NRE de Cianorte parabeniza as alunas e a toda Comunidade Escolar dos municípios de Japurá e São Manoel do PR pelo sucesso educacional alcançado.

Fonte: Dia a Dia

2 Comments

  1. Sou fã deles…principalmente pq nunca os vi no tráfico, usando drogas, roubando…etc…quando vejo notícias sobre eles são sempre notícias de superação…\o/

  2. A reportagem é inspiradora.
    É brilhante o potencial de um educador, pequenos atos e grandes transformações.

    Abs,
    Andreia

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