A Secretaria da Saúde do Estado realizará programação na sexta-feira, 28 de setembro, para saber “o que os surdos têm a dizer aos profissionais de saúde”. Esse é o tema das atividades do Dia Nacional do Surdo, 26 de setembro, que pretendem discutir o acesso dos surdos aos serviços de saúde e fomentar a difusão da Língua Brasileira de Sinais (Libras). A programação, que inclui exposições dialogadas, relatos de experiências e debate entre os participantes, acontecerá no auditório Waldir Arcoverde, da Sesa, Avenida Almirante Barroso, 600, Praia de Iracema, das 8 às 12 horas.
O Decreto 5.626, de 2005, estabelece que o Sistema Único de Saúde (SUS) deve garantir a atenção integral à saúde da pessoa surda, nos diversos níveis de complexidade e especialidades médicas. Para tanto, determina “atendimento às pessoas surdas ou com deficiência auditiva na rede de serviços do SUS e das empresas que detêm concessão ou permissão de serviços públicos de assistência à saúde, por profissionais capacitados para o uso de Libras ou para sua tradução e interpretação” e “apoio à capacitação e formação de profissionais da rede de serviços do SUS para o uso de Libras e sua tradução e interpretação”.
No Ceará, desde 2009 a Sesa capacita profissionais dos serviços de saúde no atendimento aos surdos. Em três cursos realizados, foram habilitados em Libras 94 profissionais de unidades de saúde de Fortaleza e municípios da Região Metropolitana, entre eles o Hospital Infantil Albert Sabin, o Hospital São José, o Hospital César Cals, o Centro de Saúde do Meireles, o Instituto de Prevenção do Câncer e Unidades Básicas de Saúde. Os participantes do curso aprendem a receber o paciente nos diversos ambientes da área da saúde, como ambulatório, internação e centro cirúrgico, comunicando-se por intermédio da línguagem de sinais. Em 13 hospitais públicos da capital já existem profissionais preparados para entender os sinais das pessoas com deficiência auditiva.
Implante coclear
Na área da reabilitação, o Hospital Geral de Fortaleza, unidade da rede estadual, realiza, entre outras ações voltadas para a pessoa com deficiência auditiva, o implante coclear para deficientes auditivos. O HGF foi credenciado pelo Ministério da Saúde para realizar cirurgias de implante coclear em dezembro de 2009. O SUS fornece o ouvido biônico, uma prótese que é implantada por meio de cirurgia no ouvido de pacientes com deficiência auditiva. O equipamento auxilia o cérebro a interpretar os estímulos sonoros, devolvendo o sentido ao paciente.