Profissional dá andamento à educação inclusiva

Angélica e seu aluno

Por Franciele Gasparini
em A Semana

A morte de um menino de 11 anos, em São Paulo, após uma queda na escola onde estudava trouxe à tona a importância do segundo professor, como é conhecido esse profissional da educação em Santa Catarina.

O garoto, que anterior ao incidente contava com o auxílio de um professor-cuidador, sofria de um tipo de distrofia muscular, mas precisava de cuidados específicos na escola que não contava com o profissional habilitado quando ocorreu o acidente.

Em Curitibanos, diferente do problema enfrentado por crianças paulistas, há profissionais disponíveis que são designados mediante diagnóstico médico. De acordo com a gerente de Educação Cristina Ehrhardt, cada segundo professor pode atender até três alunos portadores de alguma deficiência, dependendo do nível de deficiência de cada educando. “Quando temos matrículas de alunos com deficiência, automaticamente este estudante passará por uma avaliação médica, feita em parceria com a Apae, que vai designar a necessidade do segundo professor, que então é disponibilizado”, informou Cristina.

Atualmente, conforme dados da Gered de Curitibanos, existem 68 profissionais que atuam como segundo professor, estes promovem a educação de 118 crianças portadoras de deficiência, sendo que 92 delas são portadoras de deficiência intelectual. “O segundo professor é um pedagogo formado ou em formação que muitas vezes é mais que um professor também é cuidador”, afirmou Cristina.

A gerente de Educação salientou que a educação inclusiva é lei no Brasil desde 2004, e que desde então vem quebrando barreiras e trazendo novidades para as unidades, com novas maneiras de educar, pois além das barreiras físicas, como as questões arquitetônicas, também há barreiras não palpáveis, como a mediação do conhecimento. “É um profissional novo, em uma nova modalidade de trabalho, onde o que mais nos preocupa é a segregação, pois deve haver uma atenção volta à educação inclusiva para que sempre aconteça com qualidade”, salientou Cristina.

Além do segundo professor, as escolas da rede estadual também contam com programas, como o Saed, que dão apoio específico às ações de educação inclusiva, promovendo orientações didáticas e o desenvolvimento de atividades com a utilização da tecnologia assistiva. Atualmente, sete escola da região contam o Saed e a Gered está buscando a inclusão das demais no programa do governo do E Educação especial na perspectiva da educação inclusiva
Estado.

Para atender às necessidades da educação inclusiva, a Gerência de Educação do município também está promovendo capacitações e cursos de especialização para os profissionais que trabalham como segundo professor. “Na última semana tivemos uma profissional em formação na Secretaria de Educação do estado e estamos promovendo encontros de formação para segundo professor para cada tipo de deficiência”, revelou Cristina.

Trabalhando a inclusão

Quem sabe bem que a profissão de segundo professor ainda está em adaptação no país é a segunda professora Angélica da Silva carvalho, 29 anos.

Angélica é segunda professora há cerca de sete meses e garante que ainda há muito chão pela frente. “Tenho 600 horas em cursos relacionados à Educação Especial e percebo que ainda há muito que aprender a respeito”, destaca Angélica.

Para a segunda professora a importância do educar está muito além de um cuidado específico. Angélica salienta que no acompanhamento que realiza com alunos na EEB Francisco de Campos, em Curitibanos, percebeu a evolução das crianças na aprendizagem. “Tenho alunos que não reconheciam as letras e, hoje, conseguem ler”, avalia Angélica.

O aprender é da criança, os métodos e a aplicação do conhecimento são do professor. Assim define a segunda professora, garantindo que o desenvolvimento da criança depende do profissional e, sem dúvida, um professor específico conseguirá envolver o estudante e fazer com que ele esteja e se sinta incluído em sala de aula.

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