Brasileiro é premiado pela ONU ao criar app que facilita inclusão social

Programa foi desenvolvido por um analista de sistemas pernambucano. Carlos Pereira teve a ideia para auxiliar a filha com paralisia cerebral.

Um papagaio ao lado do nome Livox

da Redação do G1

Um programa criado por um pernambucano foi premiado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Com o aplicativo instalado em um tablet, pessoas que não podem se comunicar por causa de uma doença ou deficiência conseguem se expressar tocando em figuras, textos e vídeos. A ferramenta foi configurada pelo analista de sistema Carlos Pereira para ajudar a filha e agora ganhou o mundo.

O programa foi desenvolvido após quatro anos de trabalho intenso. Na premiação da ONU, o Livox concorreu na área tecnologias móveis que impactam a vida das pessoas. Derrotou 20 mil concorrentes de 178 países e foi eleito o melhor aplicativo de inclusão. O primeiro lugar veio na disputa final, que ocorreu no início do mês, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.

“Agora eu estou indo para a Coreia do Sul e logo em seguida para o Japão para um evento do Banco Interamericano de Desenvolvimento e, se Deus quiser, nós já estamos preparando o Livox para a internacionalização e entrada em novos mercados”, diz Carlos Pereira.

Atualmente, o software só é distribuído no país. Dez mil pessoas usam o aplicativo, mas o número poderia ser bem maior. “Existem quinze milhões de brasileiros que precisam dessa tecnologia. São pessoas com paralisia cerebral, sequelas de derrame, autismo, esclerose lateral amiotrófica. Então, nosso desejo, nosso sonho é que mais e mais pessoas com deficiência ou com doenças possam ter acesso ao Livox”, afirma o analista de sistema.

Reconhecimento
Para ele, o prêmio internacional é um reconhecimento e tanto, no entanto a maior conquista do aplicativo que ele inventou ainda continua em casa. Carlos teve a ideia para o Livox depois do nascimento da primeira filha dele. Clara teve paralisia cerebral. Com o aplicativo, a menina aprendeu a ler, escrever e se comunicar com mundo.

“A gente quer que cada vez mais pessoas com deficiência possam viver uma vida mais significativa. O Livox dá uma voz para essas pessoas, permite que eles aprendam a ler, a escrever e, por meio disso, possam viver uma vida melhor. Essa é a nossa maior satisfação”, comenta o pai.

Para usar o Livox, o usuário precisa adquirir o aplicativo que custa R$ 799 (por um ano), R$ 899 (2 anos) e R$ 999 (3 anos). A renovação pelo mesmo período custa a metade do preço. A licença vitalícia custa R$ 1.350. Instituições públicas e particulares têm descontos.

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