Inclusão através da mídia à nível global

Veronica Carolina Gonzalez, Patricia Almeida e Beatriz Castro, sentadas a mesa do painel, com tela de closed captions por tras.

Foi lançada hoje na ONU, em Genebra, uma iniciativa global para promoção da inclusão das pessoas com deficiência através da mídia.

O lançamento ocorreu durante evento do Forum Social 2016, organizado pelo Alto Comissariado de Direitos Humanos, no Palácio das Nações.
Criada pela cofundadora do Movimento Down, Patricia Almeida, a australiana Catia Malaquias, e a americana, Beth Haller, a GADIM – Global Alliance for Disability in Media and Entertainment (Aliança Global para Inclusão das Pessoas com Deficiência na Mídia e no Entretenimento), já tem uma equivalente nacional, a GADIM Brasil, que foi lançada antes das Paralimpíadas.
A intenção é, não só aumentar, como qualificar a presença de pessoas com deficiência na mídia. “Certamente a invisibilidade melhorou, em especial depois dos Jogos”, disse Patricia, “mas ainda é comum ver matérias onde a abordagem é de coitadinho, ou de super herói. Essas representações só contribuem para reforçar esteriótipos que levam à discriminação. Além disso, as pessoas com deficiência não se reconhecem nesses papéis”.” Por outro lado”, disse,”o Brasil tem boas práticas a mostrar na área de merchandising social em novelas”.
Convidada para apresentar a experiência, a Diretora de Responsabilidade Social da TV Globo, Beatriz Azeredo, mostrou clipes de programas e novelas, como por exemplo Páginas da Vida, que contou a história de uma menina com síndrome de Down, a Clarinha, vivida pela atriz Joana Mocarzel. A novela, que foi um marco na transição para a educação inclusiva no país, teve a colaboração do Instituto MetaSocial, representado no evento por Helena Werneck e Patricia Heiderich. Segundo Azeredo, a organização, que tem mais de 20 anos, é uma das mais antigas parceiras da emissora. Azeredo citou ainda a parceria com o Movimento Down para realização da série “Qual a Diferença”, sobre pessoas com síndrome de Down apresentada, por Breno Viola e Drauzio Varela no Fantástico.
A jornalista argentina Veronica Carolina Gonzalez, jornalista da TV argentina, que é cega e faz parte dos Conselho Consultor da GADIM, contou que quando começou a trabalhar no canal Visión 7 tinha uma coluna sobre deficiência separada, mas que agora ela já integra o telejornal que, a seu ver, é uma forma de inclusão.
Cofundadora da GADIM, Catia Malaquias, citou pesquisa que revela que há menos de 1% dos personagens com deficiência na TV americana, sendo que outro estudo aponta que, em 95% dos casos, os personagens são interpretados por atores sem deficiência. Na Austrália, através de sensibilização, Catia conseguiu que grandes redes de lojas como a Target e o KMart começassem a usar modelos com deficiência em seus catálogos e publicidade.
“Muitas dessas ações que levantamos, como inserção de modelos com deficiência na propaganda governamental, por exemplo, não custam muito e podem ser replicadas em outros países”, disse Patricia, que convidou interessados a participar da rede a entrarem em contato para troca de experiências e capacitação.
Participaram do painel a Secretária Nacional de Promoção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, Roseane Cavalcante de Freitas Estrela, Rosangela Berman-Bieler, Assessora Sênior do Unicef, o assessor do Alto Comissariado dos Direitos Humanos, Facundo Chávez, entre outros.
Veja o vídeo do evento, em inglês: https://www.facebook.com/InternationalDisabilityAllianceIDA/videos/1115877795157471/?pnref=story
Para colaborar com as iniciativas
www.gadim.org
info@gadim.org
www.gadimbrasil.org
brasil@gadim.org

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