A Itália fechou seu sistema de educação “especial” segregado nos anos 1970. Quando estudantes italianos viajam para o exterior eles perguntam “onde estão todas as pessoas com deficiências”?
A Educação Inclusiva na Itália não é apenas exigida por lei e, portanto, baseada em direitos, mas está sendo implementada em todo o país, sustentada por um firme consenso nacional pela plena inclusão. Menos de 1% de todas as crianças com necessidades específicas são educadas em contextos segregados.
EM RESUMO
A Lei Italiana para a Assistência, Inclusão Social e Direitos das Pessoas com Deficiência n. 104 de 1992 trata do diagnóstico, prevenção, tratamento e reabilitação, e aborda vários serviços e apoio, bem como a questão da exclusão social de pessoas com deficiência. Em particular, a lei prevê que seja fornecido apoio apropriado nas escolas regulares em todos os níveis – por exemplo, professores especializados, ajudas educacionais e transporte e assistência material – com a colaboração de todos os órgãos públicos competentes e com o envolvimento de todos aqueles que têm competências educacionais (professores, assistentes, famílias, etc.).
CONTEXTO
Em 1971, a Lei italiana 118 concedeu a todas as crianças com deficiência – exceto nos casos mais graves – o direito de serem educadas nas classes regulares. Em 1977, a Itália fechou todas as escolas especiais e sua Lei 517 determinou que todos os alunos com deficiência deveriam ser incluídos. Nos anos 80, a Educação Inclusiva foi implementada em pré-escolas e escolas secundárias. Em 1991, uma comissão, incluindo pessoas com deficiência, começou a redigir a Lei para Assistência, Inclusão Social e Direitos das Pessoas com Deficiência no. 104, que foi adoptada pelo Parlamento em 1992. Foi a primeira vez que a sociedade civil, as organizações de pessoas com deficiência e as famílias participaram plenamente nesse processo.
«A educação inclusiva é elementar para o desenvolvimento da personalidade humana. A Itália deu enormes passos para frente, mas as muitas regulamentações a este respeito ainda merecem atenção » Salvatore Nocera, vice-presidente da Federação Italiana para Pessoas com Deficiência.
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
A Lei Italiana para a Assistência, Inclusão Social e Direitos das Pessoas com Deficiência n. 104 de 1992 é uma política nacional juridicamente vinculante que prescreve que todas as crianças com deficiência sejam incluídas nas creches, para frequentar escolas (também privadas), universidades. e qualquer outro provedor de educação, e participar plenamente da vida escolar. As recusas passam por processos e a restrição de fundos. Uma vez que uma pessoa é reconhecida como um aluno com necessidades educacionais especiais, um plano educacional personalizado é definido por operadores de serviços de saúde, professores especializados e um especialista em psicopedagogia, em colaboração com os pais. O plano é revisado regularmente. Além disso, todos os serviços são coordenados, horários flexíveis são permitidos, e as escolas são equipadas com dispositivos técnicos e professores especializados para suporte de aprendizagem (um para cada duas crianças) que definem métodos com professores de turma. Grupos de trabalho provinciais e um Observatório Nacional foram estabelecidos.
ASPECTOS INOVADORES
Educação inovadora
O pioneirismo é a criação de uma nova figura profissional de apoio à aprendizagem e a combinação de diagnóstico clínico, perfil dinâmico e plano de educação personalizado para determinar o potencial do aluno.
Ampla colaboração
A ampla cooperação intersetorial de todas as partes interessadas – professores, trabalhadores de serviços sociais / de saúde, pais e alunos – abriu caminho para novas abordagens de ensino e aprendizagem.
Um benefício qualitativo para todos
A prática da Educação Inclusiva na Itália levou à redução dos limites do tamanho das turmas, à reformulação do currículo e à implementação de um sistema de avaliações nacionais de todas as escolas.
FATOS E NÚMEROS
Em 2010, o número de alunos com necessidades especiais educados em contextos segregados era inferior a 1%.
Em 2010, aproximadamente 189.563 alunos com necessidades especiais frequentaram escolas primárias e secundárias e 20.739 frequentaram a educação pré-primária. A matrícula na universidade aumentou de 4.813 em 2001 para 15.884 em 2009.
Em 2009, havia quase 90.000 professores de apoio em todo o país, com um índice médio de satisfação de 3,8 em uma escala de 1 a 5.
Em 2003–2004, das 40.383 escolas pesquisadas, 30,7% tinham banheiros acessíveis, 29,7% tinham portas adequadas e 20,3% tinham elevadores.
RESULTADO, IMPACTO E EFICÁCIA
A Itália é o país europeu com a maior inclusão de pessoas com necessidades especiais nas escolas regulares. Existe um consenso de que as crianças com e sem deficiência aprendem umas com as outras.
A avaliação global da experiência escolar por pessoas com deficiência é muito positiva, com uma média de 4 numa escala de 1 a 5.
Existem preocupações de que a Itália ainda precisa superar a microexclusão que as crianças com deficiência experimentam dentro de ambientes inclusivos. Em 2015, a Lei de Reforma da Escola 107 intensificou a qualidade do apoio educacional e forneceu mais recursos e dados.
TRANSFERABILIDADE, ESCALABILIDADE E CUSTO-EFICIÊNCIA
A legislação da Itália sobre Educação Inclusiva para todos em todos os níveis está servindo de modelo para vários países que estão empreendendo a reforma escolar. Internacionalmente, a Itália participou da elaboração da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, particularmente seu Artigo 24.
Vi na região da Lombardia em 2.000, os dois extremos.Nas escolas, uma vivência inspiradora que me levou ao projeto Jovens Solidários (CCM E NOOS, SP, 2018) e nas instituições fechadas, jovens e adultos aguardando suas famílias para voltarem a viver em sociedade. Hoje, suponho, que tenha vencido a inclusão. Parabéns a esse país de luta e ao belo artigo.
QUEM SABE o Brasil chega lá?!?
tem pessas que acreditam que semelhantes que te alguma deficiências são inválidos, mas pelo contrário, elas são capazes de grandes realizações
Tem deficiente físico trabalhando, e como é os benefícios?