Marcos Weiss Bliacheris
Se você tem um pouco de interesses sobre notícias de verdade já ouvir falar em Greta Thunberg, a jovem sueca de 16 anos que não vai à escola nas sextas-feiras para ficar em frente ao Parlamento Sueco, exigindo que os políticos tomem medidas efetivas contra o aquecimento global, nos protestos que ficaram conhecidos como “Fridays For Future”.
Esse ato ganhou o mundo, levando à greve global pelo clima, quando estudantes de todo mundo foram às ruas no dia 15 de março reivindicar ação contra as mudanças climáticas.
A ação da jovem sueca vem chamando a atenção da imprensa internacional e ela vem ocupando diversos espaços, sendo convidada para encontros com autoridades como o Papa Francisco e para se manifestar em fóruns internacionais.
Para os políticos, dá um conselho: “Ouçam a ciência, ouçam os cientistas. Convidem eles para conversar.”
O que nem todos sabem é que Greta está no espectro autista tendo a condição também chamada de “Síndrome de Asperger”.
Uma característica comum das pessoas autistas é o hiperfoco, o interesse extremo por um assunto podendo estudá-lo de forma profunda, concentrando-se durante muito tempo nele. Greta estuda as mudanças climáticas desde que tem 9 anos e, como disse à revista New Yorker, “posso fazer a mesma coisa por horas.”
A militância de Greta começou em casa, fazendo sua família adotar um estilo de vida mais “verde”, com o uso de energia solar, priorizar a bicicleta, usar carro elétrico e a plantação de uma horta.
A adolescente é mais um exemplo de como pessoas neurodiversas podem agir diferente por pensar diferente e, assim, contribuir para a sociedade. Como ela mesmo diz sobre o autismo:
“O autismo, assim como outras condições não é uma “dádiva”. Para a maioria de nós é uma luta sem fim contra escolas, trabalhos e bullying. Mas, nas circunstâncias corretas e com o suporte correto, ele PODE ser um superpoder.
Eu tive minha cota de depressão, alienação, ansiedade e desorganização. Mas sem meu diagnóstico, eu nunca teria começado a greve escolar. Porque daí eu seria como todo mundo.”
E completou:
“Nossas sociedades precisam mudar, precisamos de pessoas que pensem fora da caixa e precisamos começar a cuidar um dos outros. E abraçar nossas diferenças”.
Sim, lugar de autista é em todo lugar. Até na lista das 100 pessoas mais influentes do mundo da Time, até nas indicações do Prêmio Nobel da Paz.