Por Marcia Fortes
Mulher negra, cabeleireira e mãe.
Se os desafios escolares da inclusão no dia a dia da sala de aula regular já eram grandiosos, durante a pandemia eles se intensificaram ainda mais, nos afastando do que consideramos ser uma educação justa.
Sabemos que a mediação é uma das principais ferramentas neste processo, onde profissionais acompanham estudantes a partir de um programa educacional individualizado e adaptado .
Muitas escolas, através do ensino remoto, demoraram pra fazer estas adaptações (isso quando a fizeram) e em grande parte tendo como mediadora as mães, que conjugam com estas atividades , o exercício profissional, terapias , e muitas vezes, os serviços domésticos.
Tantas responsabilidades que recaem sobre os ombros das mulheres em nossa sociedade patriarcal e machista , pesam enormemente , afetando sua saúde, física e psicológica gravemente.
É mais do que sabido que no ensino plural as famílias são grandes aliadas , porém , não substitutas de profissionais no processo educacional.
É humanamente impossível e injusto, as mulheres assumirem tantas responsabilidades simultâneas, onde quase não sobra tempo para ser mãe.
Ainda com o comprometimento do exercício profissional que estrutura e é suporte para sua vida e de seus familiares .
O desenvolvimento de muitas crianças observado neste período, só reforça ainda mais a necessidade de atenção direcionada e de um programa individualizado que aconteça de fato.
A impossibilidade de acompanhamento no caso de uma parcela bem ampla de famílias a seus filhos e ainda o comprometimento de necessidades básicas de subsistência, como alimentação, intensifica ainda mais os desafios .
O Estado precisa instrumentalizar as instituições educacionais de maneira série, para que possamos ter condições de sermos plenos em cada papel social que nos cabe .
#descriçãodaimagem
Em um fundo vinho e branco, com a foto da autora no centro, o texto: Coluna Inclusão AcolheDown. Com Marcia Fortes. Colocando o pingo nos “is” ou cada profissional no seu domínio.