Por Laís Silveira Costa
Desde o começo dessa epidemia, uma série de iniciativas – e a ausência de outras – nos posicionou em seu epicentro, tendo que discutir prioridades e denunciar fura-filas de uma vacina que deveria estar disponível para toda a população. Em decorrência, mais de um ano se passou e as crianças seguem tolhidas de convívio social, uma vez que muitas escolas permanecem fechadas.
A escola não é só um lugar aonde aprendem os conteúdos, é também o local em que se alimentam e aprendem a conviver em sociedade. E, nesse mais de um ano de portas cerradas, nem a sociedade nem as instituições de ensino cuidaram a contento das crianças em maior situação de vulnerabilidade, não reconhecendo os efeitos díspares sobre as mesmas (quando diferenças geram desigualdades).
Decorrentes de suas diversidades funcionais, alunas e alunos com deficiência têm necessidades específicas de apoio para o seu aprendizado; e precisam aproveitar a maior plasticidade neural até o 7 anos para potencializar seu desenvolvimento, aumentando a chance de uma inserção com mais autonomia na vida adulta.
Independente da vulnerabilidade evidenciada em tantas publicações, pouco ou nada do conteúdo programático foi adaptado para essas crianças e foram nulos ou escassos os apoio mais específicos… Salvo raras exceções, por empreendimentos individuais, essas crianças estão sendo completamente ignoradas.
A exclusão se amplifica na pandemia. E é assim que nós observamos o estabelecimento de novos circuitos de exclusão com marcador de raça, com marcador de gênero, com marcador socioeconômico e com marcador de deficiência!
Além da catástrofe sanitária, estamos naturalizando o fato de que as pessoas que mais precisam seguem sendo esquecidas. E, enquanto não fizermos nada a esse respeito, somos parte do problema!
#descricaodaimagem
Em um fundo roxo e branco, a mensagem: coluna inclusão AcolheDown. Com Laís Silveira Costa. Quais crianças são mais excluídas na pandemia?. Com foto da autora e da filha.