Promovida pelo Movimento Orgulho Autista Brasil, Coordenadoria para Inclusão da Pessoa com Deficiência do Distrito Federal (CORDE/DF) e pelo GDF Cidadania (SUBCID), com o apoio da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, foi realizada, ontem, dia 02abril2009, em Brasília, sessão comemorativa ao Dia Internacional do Autismo.
Na oportunidade, presidida pelo coordenador da CORDE/DF, Fernando Cotta, parlamentares dividiram a mesa com pais, mães, avós, terapeutas, médicos, psicólogos, professores, gestores públicos e presidentes de associações para apresentar as dificuldades e necessidades de autistas brasileiros e de suas famílias na obtenção de políticas públicas que atenda este segmento.
Com um plenário lotado e altamente participativo, o encontro foi marcado pela informação da insuficiência ou, em alguns casos, ausência de serviços disponíveis. Por sua vez, os legisladores comprometeram-se publicamente a levar em consideração os documentos apresentados no evento e “tirar o autismo da invisibilidade”- disse Rita Camata. A deputada Janete Capiberibe falou do “estado de abandono” em que estão os autistas do Amapá. Deputado Luiz Couto, que fez a abertura do evento, disse que “é uma obrigação dos membros do legislativo trabalhar levando em consideração o controle social”.
O especialista Luiz Fenelon, criador do “Dia do Autismo no Orçamento”, questionou “por que os poucos projetos que envolvem o autismo não estão sendo executados”. Benício Tavares, Deputado Distrital de Brasília, disse que apresentará projeto de lei para o segmento. Dr. César Melo, Subsecretário de Cidadania e Direitos Humanos do Distrito Federal, e um dos promotores do evento, assegurou que Brasília terá um centro de referência em informações sobre o autismo. Alexandra Capone, presidente do Movimento Orgulho Autista Brasil, lembrou que os mais pobres são os que mais estão em sofrimento.
Mara Gonçalves, deu ênfase ao problema do despreparo de muitos profissionais da área de saúde e educação. O coordenador do Faped, Luiz Maurício, se disse feliz com a participação popular no evento.
Dr. Luciano Pereira, diretor da Associação dos Amigos dos Autistas do Distrito Federal (AMA-DF), perguntou porque a denominada “lei dos Autistas” só existe no município do Rio de Janeiro e no estado da Bahia.
Rosa Horita, médica do COMPP, lembrou que ainda temos muito a conquistar, apontando bons exemplo do IPQ de São Paulo. Fátima Celeste, presidente da Associação Amigos da Mente e Estela Mares, da Apape de Minas Gerais, revelaram a dificuldade de inserir os autistas nos programas dos governos e a necessidade da participação social nas decisões. A professora Márcia Pereira, fez um histórico do processo de inclusão dos autistas e informou que já ocorreram muitos ganhos.
No encerramento, Fernando Cotta, vice-presidente da ABRAÇA e coordenador da CORDE/DF, destacou que “cada evento comemorativo ao Dia Internacional do Autismo superou todas as expectativas em público e participação, mas que somente tem validade se isto for transformado em políticas públicas de qualidade e com atendimento suficiente para melhorar a qualidade de vida dos autistas e suas famílias.”

