II Fórum Internacional Síndrome de Down acontece em Campinas

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Cartaz de divulgação do fórum, onde aparece a imagem de uma mão adulta segurando a mão de uma criança, além do título e data do evento.

Entre os dias 27 e 30 de maio, acontece o II Fórum Internacional Síndrome de Down (Teatro Bentinho, Rua Luzitana, 1.555, Centro) com o objetivo de discutir melhores caminhos para uma efetiva inclusão social. Com o tema “A construção de Identidade e a Relação com o Outro”, o evento é uma realização da Fundação Síndrome de Down, que atua há 24 anos em Campinas-SP, em parceria com o Ministério da Saúde. Serão quatro dias de palestras, conferências e apresentações, voltadas a profissionais de saúde, educação, estudantes, familiares e outros interessados.

Palestrantes internacionais fortemente reconhecidos no trabalho junto a pessoas com deficiência virão ao Brasil para participação no Fórum: os italianos Carlo Lepri, psicólogo do Serviço Público de Saúde de Gênova; Roberta Caldin, Diretora de Mestrado da Faculdade de Educação da Universidade Degli Studi di Padova, na Itália; além da psicóloga Cristina Gallart Valls, da Fundação Catalana Síndrome de Down, em Barcelona, entre outros.

Representantes de órgãos públicos, como Ministério do Trabalho e a Procuradoria Geral da República falarão sobre os direitos da pessoa com deficiência no âmbito legislativo e de políticas públicas. Experiências práticas de empresas e entidades também serão apresentadas: o Programa de Empregabilidade de Pessoas com Deficiência, do Serasa, os 24 anos de atuação da Fundação Síndrome de Down, de Campinas, bem como a experiência da Federação Brasileira da Síndrome de Down, entre outros. Uma exposição de Artes de Pessoas com Deficiência do Centro “Nina Haggerty”, do Canadá, abrirá o evento. Jovens com síndrome de Down e familiares terão participação ativa em painéis de entrevistas.

Adolescência e juventude são períodos únicos na vida de qualquer um. Para as pessoas com deficiência, os desafios nesta fase da vida são ainda maiores. Na ânsia de proteger, muitos pais acabam limitando a independência de seus filhos, numa superproteção que, segundo especialistas, é desnecessária e prejudicial. É preciso prepará-los para enfrentar a vida, até porque, com o aumento da expectativa de vida destes jovens, certamente em algum momento, eles não poderão contar mais com seus pais. “A superproteção muitas vezes pode ofuscar o potencial do jovem. A pessoa com síndrome de Down, por exemplo, tem possibilidades ilimitadas de desenvolver plenamente sua cidadania, em todos os aspectos: lazer, escola, trabalho, relacionamentos”, explica Luciana Mello, coordenadora da Fundação Síndrome de Down.

A Fundação conta, por exemplo, com um serviço de inclusão ao lazer. Através do projeto “Barzinho”, os jovens participam de encontros semanais em espaços de lazer da cidade, como barzinhos e lanchonetes. Os encontros acontecem em locais públicos e são abertos a qualquer jovem que tenha interesse. Orientados por profissionais da Fundação, os jovens organizam encontros, passeios e até viagens. “O papel dos profissionais da Fundação é de atuar como mediadores entre a pessoa com síndrome de Down e seu meio social, a família, o trabalho, o lazer e o tempo livre. Nós acreditamos na capacidade desses jovens de viver uma vida autônoma, realizando suas próprias escolhas”, explica Luciana Mello.

Atuando em Campinas há 24 anos, a Fundação Síndrome de Down encontrou na parceria com pequenas empresas voluntárias a oportunidade para inserir jovens com Síndrome de Down no mercado de trabalho. “Ainda hoje predominam os projetos de profissionalização realizados dentro das entidades, com a simulação de um convívio social que, na verdade, é restrito à convivência com os profissionais orientadores e a relação com outros deficientes”, explica Luciana Mello, coordenadora da Fundação Síndrome de Down.

“A própria Fundação passou por uma importante mudança de posicionamento, que resultou numa nova concepção sobre a pessoa com deficiência intelectual e o papel dos serviços a ela destinados. Hoje, auxiliamos estas pessoas a desenvolverem-se com mais independência e autonomia”, explica. A Fundação não conta mais com oficinas internas de aprendizagem. Baseada em experiências internacionais bem sucedidas, como na Itália e Espanha, a entidade atua hoje com projetos de inserção no mercado de trabalho que, desde o início, colocam as pessoas com Síndrome de Down em contato com o mundo exterior.

As ações de formação, mediação e suporte à inserção de pessoas com Síndrome de Down e deficiências intelectuais no mercado de trabalho se concentram em três etapas: mini-estágio, estágio e Contratação CLT. Os usuários passam por todo o processo, sempre orientados pelos profissionais da Fundação. Nos projetos de mini-estágio e estágio, a participação de empresas voluntárias é fundamental.

Nas etapas de mini-estágio e estágio, o vínculo do usuário continua sendo com a Fundação. As empresas voluntárias não têm nenhum custo com o projeto e nenhum vínculo formal com os jovens. Em casos de contrato via CLT, a Fundação atua como mediadora, auxilia no processo de integração e permanece como ponto de apoio, embora, nestes casos, a empresa é quem assume a contratação do funcionário. “Ele passa a ser um funcionário como qualquer outro, cumprindo horário e arcando com as responsabilidades do cargo”, explica Luciana. Para a coordenadora, “os estágios são um instrumento essencial não só de qualificação profissional, como também de aquisição de hábitos necessários para o trabalho, como pontualidade, assiduidade, noção de hierarquia, adequação de comportamento, etc. O papel da empresa na formação profissional das pessoas com deficiência intelectual é essencial, pois é a empresa o principal agente de transformação e qualificação. Esse papel, muito mais do que a necessidade de se cumprir cotas legais, se constitui em um trabalho muito importante de responsabilidade social”.

Programação:

Dia 27 de Maio

19h00   Credenciamento

19h30   Abertura Oficial

20h30  Conferência: O que é ser deficiente?

Conferencista:

Sérgio Gerardo García Kabande

Programa Congruência – Recursos Humanos – Monterrey – México

21h30   Exposição de arte de pessoas com deficiência Nina Haggerty Center for the Arts –  Edmonton/Canadá

Coffee

                     

Dia 28 de Maio

Mesa1

8h00    Políticas Públicas e Direitos da Pessoa com Deficiência
Coordenador:

Gastão Wagner de Souza Campos

Professor Titular de Medicina Preventiva da UNICAMP – Campinas – SP

Participantes:

Dr. Vidal Serra

Promotor de Justiça – Livre Docente em Direito Constitucional Professor da PUC SP

 

Raquel Elias Ferreira Dodge

Sub-Procuradora Geral da República de Direitos da Cidadania –  Procuradoria Geral da República – Brasília – DF

Antonio Lancetti

Psicólogo, Psicanalista,Analista Institucional e Diretor da série SaúdeLoucura da Editora Hucitec – SP

 9h00 às 10h00    Debate 

10h00 às 10h15   Coffee                                    
Mesa 2

10h15  Fundação Síndrome de Down: 24 anos de experiência: O Início e o Hoje

Coordenação:

Crispim Antonio Campos

Conselheiro Curador da Fundação Síndrome de Down
Participantes:

Lenir Santos

Presidente da Fundação Síndrome de Down – Campinas – SP. Advogada e ex-procuradora da UNICAMP e Coordenadora do IDISA – Instituto de Direito Sanitário Aplicado – Especialista em Direito Sanitário

Ana Cristina Vizelli

Professora, Mestre em Psicologia, Membro da Coordenação Coletiva da Fundação Síndrome de Down

Mesa 3

14h00   A escola e a construção da identidade

Coordenação:

Claudia Grabois

Presidente da Federação Brasileira da Síndrome de Down – Brasília – DF

Palestrantes:

Cristina Gallart Valls

Psicóloga da Fundação Catalana Síndrome de Down (FCSD) de Barcelona – Profissional do Centro Médico Down. Barcelona – Espanha

A escola e a pessoa com Síndrome de Down

Marilda Moraes Garcia Bruno

Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Grande Dourados – Pesquisadora de Políticas e Gestão da Educação. Dourados – MT

O atendimento especializado e a escola

Roberta Caldin

Professora de Educação Especial – Diretora de Mestrado em “Deficiência e Intervenções, inclusive nas Instituições e no Território”, Faculdade de Educação – Universidade Degli Studi di Padova – Itália

A construção da identidade na escola

17h00   Painel de Entrevistas com Jovens com Síndrome de Down
Dia 29 de maio

8h00    A juventude e a síndrome de down: perspectivas

Coordenação:

José Carlos Carmo

Auditor da Delegacia Regional do trabalho de São Paulo – Ministério do Trabalho

Palestrantes:

Paul Freeman

Coordenador Artístico do Nina Haggerty Center for the Arts – Edmonton – Canadá

A expressão artística da pessoa com deficiência como forma de construção da identidade

Carlo Lepri

Psicólogo do Serviço Público de Saúde de Gênova – Professor de psicologia e Recursos Humanos da Università di Genova – Itália

A alteração no tempo da visão social das pessoas com deficiência intelectual. Do então chamado “erro da natureza” até o ICF (International Classification of Functioning)

Cristina Gallart Valls

Psicóloga da Fundação Catalana Síndrome de Down (FCSD) de Barcelona – Profissional do Centro Médico Down. Barcelona – Espanha

O jovem e a construção da identidade

Ivan Capelatto

Psicoterapeuta – Psicólogo Clínico e professor do Curso de Especialização em Medicina da Família da Faculdade de Medicina da UNICAMP

Ser jovem e ser deficiente: os espaços da juventude são inclusivos?

Mesa 5

14h00   O trabalho e a pessoa com síndrome de down

Coordenação:

Guirlanda Benevides

Regional do Trabalho e Emprego (DRT) – Campinas – SP

Palestrantes:

Carlo Lepri

Psicólogo do Serviço Público de Saúde de Gênova – Professor de psicologia e Recursos Humanos da Università di Genova – Itália

A inserção laboral das pessoas com deficiência intelectual na Itália após 10 anos de aplicação da lei

José Carlos Carmo

Auditor da Delegacia Regional do trabalho de São Paulo – Ministério do Trabalho

Política de reserva de cotas no estado de São Paulo

Priscila Branca Neves

Psicologa Coordenação do Programa de Empregabilidade de Pessoas com Deficiência – SERASA – São Paulo – SP

O trabalho e a pessoa com deficiência: perspectivas
Giorgio Pupulin

Médico Sanitarista de Camposampiero – Padova – Itália

A organização dos serviços para deficientes não produtivos para o trabalho

17h00   Mesa redonda

Conferência: A família na vida da pessoa com deficiência.

Conferencista:

Crispim Antonio Campos

Vice-Presidente da Fundação Síndrome de Down – Campinas – SP – Professor Doutor em Psicologia

17h30   Painel de entrevista com pais

Participantes:

Fábio Adiron

Publicitário – São Paulo – SP

Cristina Oliveira Fernandez

Conselheira Fundação Síndrome de Down – Campinas – SP

Maria Eduarda Reis de Toledo Leite

Conselheira Fundação Síndrome de Down – Campinas – SP

Gloria Maria Moreira Salles

Diretora – Presidente Voluntária da Associação Carpe Diem – São Paulo – SP

Dia 30 de maio

Mesa 6

9h00    Vida independente

         Coordenadora:

Silvana Blascovi-Assis

Fisioterapeuta, Mestre e Doutora em Educação Física pela UNICAMP – Professora adjunta da Universidade Presbiteriana Mackenzie – SP

Palestrantes:

Jonas Mellman

Psiquiatra, Psicoterapeuta, Mestre pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP – Assessor da Área Técnica de Cultura de Paz da Secretaria Municipal da Saúde de SP

O papel da família na vida independente da pessoa com deficiência

Florianita Coelho Braga Campos

Doutora em Saúde Coletiva – Professora da Unifesp – Santos – SP

Vida independente de que?

Ricardo Azevedo Pacheco

Psiquiatra, Psicanalista – Membro da Escola de Psicanálise de Campinas – Supervisor do Núcleo de Residência Terapêutica do Serviço de Saúde Cândido Ferreira – Supervisor Institucional da coordenação de gestão da Fundação Síndrome de Down

Independência ou os excessos dos outros? O ponto cego da questão

14h00   Síndrome de down: Aspectos médicos, genéticos e terapêuticos

Coordenador:

Ulisses Moraes de Oliveira

Médico – Presidente do Conselho Curador da Fundação Síndrome de Down

Palestrantes:

Elza Coriat

Psicanalista – AME Freudiano Escola de Buenos Aires – Membro da equipe do Centro Diretor Dra. Lydia Coriata – Fundação para o Estudo dos Problemas de Infância, FEPI Buenos Aires – Argentina

Aspectos terapêuticos

Andrea Nakata

Psiquiatra e Psicoterapeuta da Infância e da Adolescência – Consultora em Saúde Mental da Fundação Síndrome de Down

Aspectos psiquiátricos

Zan Mustacchi

Médico PhD do Centro de Estudos e Pesquisas Clínicas de São Paulo

Aspectos genéticos
Patricia Salmona

Médica Geneticista do Centro de Estudos e Pesquisas Clínicas de São Paulo

Aspectos médicos

 

Informações: forum@fsdown.org.br / www.fsdown.org.br  ou pelo telefone (0xx19) 3289-2818 com Thiago

Fonte: A2N COMUNICAÇÃO

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