Obesidade – Do preconceito aos porquês

Luiz Carlos de Moraes

Um dos grandes problemas enfrentados pelos obesos nos dias de hoje, além dos já citados com relação às doenças, é a discriminação criada pela visão estética do apelo social “dito” moderno. A moda, a mídia e tudo o mais é, na atualidade voltada ao corpo escultural. Como isso, o gordinho acaba sendo visto como uma pessoa preguiçosa, que não gosta de fazer exercício e está acima do peso porque quer gerando um certo preconceito.

Muitas vezes os problemas começam na escola, nas brincadeiras exigindo agilidade onde os gordinhos têm naturalmente mais dificuldades. Não obstante a isso, os apelidos de mau gosto costumam ser as primeiras barreiras a serem enfrentadas. Nesse caso, cabe aos profissionais da Educação contornar isso sendo esse também o papel da escola. Na educação física por exemplo, cabe aos professores estimular também brincadeiras onde os gordinhos levam vantagem e não apenas “botar” a criançada pra jogar bola todo dia ou ensinar apenas as modalidades esportivas de sua preferência estritamente pessoal. Pelo menos até onde vai o meu conhecimento, o papel da escola não é formar atletas.

Do outro lado da história está a indústria da obesidade pronta para faturar com as dietas da moda, lipoaspiração, ginástica passiva, eletroestimulação, eletroforese e muito mais. Todos esses métodos têm funções bem específicas porém, o enfoque a eles atribuídos é que em muitos casos chegam ser uma propaganda enganosa. “Gaste calorias sem fazer força”. “Dez minutos eqüivalem a mil abdominais”.

Depois que há alguns anos foi lançado o livro com o título “Só é gordo quem quer”, o contexto dessa frase ficou ainda mais enraizada e hoje basta entrar numa livraria qualquer para encontrar uma infinidade de títulos direcionado, a fisgar o bolso do gordo. Com isso, as pessoas com dificuldades naturais de emagrecer e não conseguindo sucesso, após a cada tentativa frustrada vem um período psíquico muito ruim acompanhado de uma fuga na comida e, uns quilinhos a mais.

Da mesma forma que o fumante, o obeso deve receber ajuda para tentar emagrecer uma vez que, como vimos no artigo anterior, para muitos não é uma tarefa tão fácil assim.

Quem é o obeso? Muitas tabelas e números mágicos existem e também muitos métodos para se determinar o percentual de gordura corporal. Entretanto, o mais prático e usual é o IMC (Índice de Massa Corpórea) cujo resultado é obtido da divisão do peso em quilos pelo quadrado da altura em metros. Vale lembrar que essa equação não se aplica ao atleta porque o peso nominal da balança se deve à massa muscular e não à gordura corporal.

De acordo com o resultado, o IMC enquadra-se em categoria diferenciada determinando os graus de obesidade a saber: Desnutrição, abaixo de 14,5 – Abaixo do peso, até 20 – Peso normal, 20 a 24,9 – Sobrepeso, 25 a 29,9 – Obeso, de 30,0 a 39,9 – Obesidade mórbida, de 40 em diante. Academicamente, aceita-se como normal e fora de riscos cardiovasculares um IMC de 20 a 25 e até 27 para os idosos.

O peso ideal – Quando se fala em peso ideal, cada um sabe qual é o seu com o qual se sente muito bem e todos esses métodos, apenas servem como um referencial. Claro, também não se leva em conta os problemas psíquicos ligados ao corpo tais como anorexia nervosa e a vigorexia, respectivamente as pessoas nunca satisfeitas com a sua magreza, e dos nunca satisfeitos com os seus músculos.

O porque da Obesidade – … É a mãe! É mesmo. Se a mamãe, a vovó e a família toda é obesa, as chances das crianças nascerem obesas aumenta e muito sendo a forma mais difícil de ser tratada devido aos maus hábitos alimentares adquiridos. Se a criança emagrece… Humm!!!

Puberdade – Predominante entre as mulheres a origem pode estar nas angústias e ansiedades associadas às alterações hormonais próprias da adolescência.

Da gravidez – A mamãe que não teve a preocupação de engordar apenas o necessário durante a gestação corre o risco de carregar uns pneuzinhos depois do parto. Pra tirá-los é outro parto, além de gerar um bebê gordinho.

Do ex-atleta – Muito comum no desportista que de repente abandona a atividade sem a preocupação de fazer um destreinamento orientado. Os hábitos alimentares continuam os mesmos de quando o corpo precisava de muitas calorias. Além disso, a ansiedade também pode contribuir para isso.

Por conta das drogas – Alguns medicamentos tais como os corticóides, os antidepressivos e os estrógenos podem levar à obesidade.

Endócrina – Como vimos na semana passada, os distúrbios hormonais são responsáveis oficialmente por menos de 4% das obesidades.
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Dados do autor:
Luiz Carlos de Moraes CREF/1 RJ 003529 lcmoraes@petrobras.com.br

Fonte de informação: http://www.meucorpoperfeito.com.br/obesidade-do-preconceito-aos-porques/

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