A vontade de ajudar na construção de um mundo melhor, fraterno e solidário motivou a criação do Projeto Família, Vida e Paz, realizado na Escola de Ensino Fundamental e Médio Dr. Ubirajara Índio do Ceará, no bairro Conjunto Ceará, em Fortaleza. A proposta é trabalhar a pedagogia do amor e do afeto, apertar os laços familiares para melhorar o relacionamento entre pais e filhos e, assim, melhorar as relações de todos na escola, no trabalho, na sociedade, enfim. A idéia partiu do administrador Sérgio Ramos, que desenvolve as atividades com 14 famílias – cerca de 40 pessoas no total – auxiliado por sua esposa, Hilda Melo, e uma amiga, Marcelly de Sousa Silva. Os três trabalham na área de recursos humanos, na iniciativa privada, e sempre desejaram dar uma contribuição social maior, como voluntários. Sérgio elaborou a proposta e apresentou à direção da escola, que aprovou a idéia. Os encontros, envolvendo pais e filhos, acontecem aos domingos, das 14h às 17h, uma vez por mês. Nesse último, o projeto comemorou um ano.
Para Sérgio Ramos, as escolas priorizam a educação formal, o conteúdo das disciplinas, o lado intelectual da instrução, muitas vezes deixando de lado a formação moral, o caráter do aluno. Diante disso, o Projeto vem colaborar na apresentação, estudo e vivência de valores humanos para tornar as relações mais harmônicas. Ele considera que tudo começa na família. Segundo Sérgio, se um jovem com problemas é bem acolhido por sua família, mesmo que esta também apresente desequilíbrios, ele vai encontrar uma base para superar as dificuldades e se integrar à sociedade.
Foi no feriado de 7 de setembro de 2007 que Sérgio teve a idéia de criar o Projeto. Colocou tudo no papel e, em janeiro de 2008, levou a proposta à direção da escola. O lançamento foi em 8 de março de 2008, nos festejos do Dia Internacional da Mulher. Cartazes foram distribuídos na comunidade e as famílias interessadas preencheram formulários. Em abril e maio do ano passado, houve a seleção e o primeiro encontro aconteceu em junho do ano passado. Sérgio coordena o grupo dos pais e Hilda e Marcelly ficam com o dos filhos.
De junho a novembro do ano passado, por meio de leituras, jogos, gincanas e muita, muita troca de idéias, alunos e pais debateram temas como drogas, educação, família, profissão, lazer e sexualidade. Valores espirituais também entram na pauta, mas sem se chocar com a religião de quem quer que seja. “Não há direcionamento para nenhuma religião. Vamos pelas questões da moral, da ética, do respeito. A gente prega o amor de Deus, mostrando que, quando a gente dá amor, vem o verdadeiro amor de Deus para sua vida”, diz Marcelly.
Hilda explica que este ano, as atividades têm como base o conteúdo de dois livros de Augusto Cury: “Filhos Brilhantes, Alunos Fascinantes” e “Pais Brilhantes, Professores Fascinantes”. “Mas não ficamos só na teoria. Fazemos muitas dinâmicas para envolvê-los”, ressalta. Ela diz ser muito gratificante o trabalho. Em um ano de atividades, os resultados já começam a aparecer. “Havia muita briga de casal, marido que bebia, batia nos filhos. Percebemos melhoras. Acreditamos que, por mais violenta que a pessoa seja, um abraço a desarma”, observa Sérgio.
A coordenadora pedagógica da Escola, Rocélia Camurça, informa que este ano o projeto foi colocado, oficialmente, como uma das atividades da instituição. Ela diz que, no dia a dia, são percebidas mudanças. Cita exemplo de pais arredios que foram atraídos à escola pelo projeto.
Uma das mães beneficiadas é Cristiana Moreira da Costa, recepcionista e mãe de dois filhos. “Gostava de brigar, dizer coisas que feriam a auto-estima do meu filho. Hoje é diferente. Quando erro vem a repreensão do subconsciente. Espero passar um pouco e converso com calma. Peço desculpas”. O filho, Michael Richard, de 13 anos, no 8º ano, reconhece que era “muito respondão” e agora “maneira mais” e reconhece “a mãe melhorou nos carões”.
A dona de casa Lina da Silva tem uma filha adotada de 12 anos. As duas participam do projeto. “É uma tarde de lazer. A gente aprende como ‘lutar’ com os jovens e eles aprendem como ‘lutar’ com a gente”, diz, entendendo a expressão ‘lutar’, como ‘lidar, relacionar-se”. Lina confessa que nos filhos gerados por ela, todos já criados, batia muito. Mas tem outro comportamento com a caçula adotada. Não bate, busca conversar. O processo não é fácil, diz Lina. Mas estão caminhando.
No início o projeto contava com mais doações. Agora, a maior parte da manutenção é feita pelos voluntários. Do próprio salário, eles tiram recursos para custear, por exemplo, as cestas básicas que são doadas mensalmente às famílias. Sérgio avisa que são bem-vindas as doações de papel, canetinhas, lápis de cor, brinquedos, livros, e alimentos não perecíveis.
Mais Informações: Sérgio Ramos, Coordenador do Projeto Família, Vida e Paz – (fone: 85 3535.5804)
Fonte: Agência da Boa Notícia – http://www.boanoticia.org.br/noticias-naintegra.php?id=av49WJdSahz11X7SCAz+glN/I/bNvL5PB8x7mLMAfJY=
Eu sou uma psicológa de Cabo Verde que fica na África, estou interessada em criar esse projecto em Cabo Verde, porque acho muito interessante.E sinto necessidade de criar algo do genéro. Conto com a vossa ajuda, aguardo a resposta até breve e bom trabalho.
ola, eu sou estudante de psicologia clinica em angola, na universidade óscar ribas. adorei a vossa iniciativa.força
Se for possivel gostaria de uma copia da estrutura do projeto..com certa urgencia..estou planejando algo no genero para minha escola..abraço
Sou professora de uma escola integral em Recife-Pe e por passarmos o dia todo com os alunos acabamos por conhecer os seus problemas que na maioria são de ordem familiar. Tenho escutado depoimentos muito fortes e sinto que preciso fazer algo para ajudar os alunos a melhorar suas relações com os pais.Estou neste momento pesquisando experiencias , se você puder me ajudar ficarei grata.
desde já obrigada.