Entre os dias 07 e 18 de outubro, o Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo exibe 24 títulos sobre o tema.
Catálogo terá versão em Braille e haverá audiodescrição em todas as sessões.
Eentrada franca.
Entre os dias 07 e 18 de outubro, o Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo apresenta a mostra Assim Vivemos – 4º Festival Internacional de Filmes Sobre Deficiência. No período, serão exibidos 24 filmes de 13 países (Armênia, Argentina, Bielorrússia, Brasil, Canadá, Coréia do Sul, Estados Unidos, França, Israel, Noruega, Polônia, Reino Unido e Rússia).
Todas as sessões serão totalmente acessíveis: haverá audiodescrição (os momentos de silêncio dos filmes são descritos ao vivo, por dois atores, através de fones de ouvidos disponibilizados para o público; nos filmes estrangeiros, também os diálogos são transmitidos em português), legendas com Closed Caption (inclusão de legendas descritivas, inclusive nos filmes brasileiros, para o público com deficiência auditiva) e interpretação em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) durante os debates. O catálogo, que será distribuído ao público presente, terá versão em Braille.
O Festival é um evento bienal que tem, em sua programação, filmes internacionais (todos inéditos) e nacionais que apresentam ao público uma grande variedade de abordagens do tema. São documentários, filmes de ficção e animações que formam um mosaico fascinante e esclarecedor. Filmes que trazem a pessoa com deficiência para a cena principal e, através da arte, quebram os preconceitos, conferindo à questão uma outra dimensão.
Lara Pozzobon é a diretora do Assim Vivemos e divide a curadoria com o cineasta Gustavo Acioli. Para ela, “quando o cinema toca nesse assunto ajuda a desmistificar, a quebrar barreiras, ajuda a gente a se aproximar e também a entender que somos todos parte de uma mesma sociedade”. A produtora, formada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro realizou o curta Cão Guia há dez anos, ao lado de Acioli. Na trama, uma jovem cega salva um rapaz de um atropelamento e, a partir daí, eles começam uma tumultuada relação. Foi a partir desse trabalho que Lara passou a perceber a dificuldade de acesso ao entretenimento sentida por pessoas com deficiência. Dessa preocupação nasceu o Festival.
E Lara completa: “Na programação desse ano, predominam filmes centrados nos indivíduos. (…) Para nós, este é um fato muito significativo. Entendemos que, à medida que mais cineastas mudam o foco da questão da deficiência para a pessoa com deficiência, à medida que os filmes, em seu conjunto, ficam mais afetivos e próximos dos personagens, um segundo passo está sendo dado pela sociedade e as discussões podem alcançar um novo patamar”.
Serão distribuídos catálogos em Braille com informações e sinopses dos filmes para as pessoas com deficiência visual. Também serão realizados quatro debates reunindo pessoas com deficiência, profissionais especializados, professores universitários e diretores de cinema. Os temas abordados serão: “Educação especial: histórico e políticas”, “Acessibilidade para limitação motora”, “Autista e artista” e “Surdo: sinalizado ou oralizado”.
O público poderá escolher o seu filme preferido através de votação após as sessões. O filme vencedor ganhará o Prêmio Assim Vivemos, uma escultura em bronze, feita pela artista plástica Virgínia Vendramini.