Vítimas da talidomida receberão indenização

Embalagem com remedio talidomida
Embalagem com remedio talidomida

As vítimas da talidomida ganharam direito a indenização por danos morais. O valor varia de R$ 50 mil a R$ 400 mil, segundo a gravidade da deficiência. Estima-se que 650 pessoas tenham direito ao benefício.

A lei que cria a indenização, de autoria do senador Tião Viana (PT-AC), foi publicada ontem no “Diário Oficial da União”. Ela diz que os recursos para o pagamento sairão do orçamento do governo federal, mas não especifica de que ministério ou autarquia.

Por isso, embora a legislação já esteja em vigor, o Palácio do Planalto informou que será preciso aguardar essa definição antes de informar qual órgão deverá ser procurado por quem quiser pleitear a indenização.

Lançada como medicamento contra enjoo na gravidez durante a década de 1950, a talidomida levou ao nascimento de bebês com más-formações, principalmente o encurtamento de braços e pernas. Em 1961, diversos países retiraram a droga de circulação, o que só ocorreu no Brasil quatro anos depois. No entanto, em 1965, o país voltou a utilizá-la no tratamento da hanseníase.

Desde 1997, a substância passou a ser restringida no caso das mulheres em idade fértil e só pode ser usada em determinados casos de hanseníase e outras enfermidades como a doença de Crohn. Mesmo assim, o país já registrou nascimentos de crianças com a síndrome desde então. “Por mais que tenhamos normas cada vez mais restritivas, não há como evitar 100% a prescrição inadequada”, diz José Luiz Telles, diretor do departamento de ações estratégicas do Ministério da Saúde.

Desde 1982, os portadores da síndrome têm direito a uma pensão mensal no valor que varia de meio a quatro salários mínimos. Vários deles também vinham pedindo reparações na Justiça. Agora, a lei estabelece que a indenização da União não será acumulável com o benefício recebido por via judicial. Segundo a presidente da Associação Brasileira dos Portadores da Síndrome da Talidomida, Cláudia Marques Maximino, essas ações deverão ser retiradas para que a indenização venha mais rapidamente.

Maximino comemorou a sanção da lei, que ela viu como uma admissão de culpa do governo por ter permitido que a droga fosse utilizada no país sem a comprovação de sua segurança. “Não há dinheiro que pague o que a gente sofreu, mas é como se o país dissesse: “Erramos com vocês, desculpem”.”

Segundo o geneticista clínico Luís Garcia Alonso, da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), ainda há novos casos de vítimas da talidomida porque falta orientação. “Aparecem numa escala infinitamente menor, mas mesmo assim é muito grave, porque mostra que existe uma falha na formação dos médicos, que precisam ter uma base mais genética, do que não pode ser usado na gestação.”

Leia a matéria complete em:

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/sd1501201001.htm

Fonte: Folha de São Paulo

5 Comments

  1. MEU NOME É MARIA NASCI EM 1970 E SOU VÍTIMA DE TALIDOMIDA. NÃO TENHO O ANTEBRAÇO E A MÃO ESQUERDA. ESTUDEI E JÁ TRABALHO COMO PROFESSORA HÁ 14 ANOS. POR TER APENAS UM BRAÇO FAÇO TUDO COM A MÃO QUE TENHO.ESTE ANO TIVE UMA INFLAMAÇÃO NO TENDÃO DO BRAÇO ESTÁ MAIS ACENTUADA NA REGIÃO DO COTOVELO. FUI AO MÉDICO E COMECEI A TOMAR REMÉDIOS E FAZENDO FISIOTERAPIA. COMO NÃO MELHOROU E A DOR CONTINUA VOLTEI AO MÉDICO E ELE DEU UM ATESTADO DE AFASTAMENTO POR 60 DIAS. FUI NO INSS E O MÉDICO PERITO DISSE QUE EU POSSO TRABALHAR,EU NÃO TENHO CONDIÇÕES , MEU TRABALHO É PROFESSORA E EU NÃO CONSIGO LEVANTAR O ÚNICO BRAÇO QUE TENHO. GOSTARIA DE SABER SE TENHO ALGUM DIREITO POR SER VÍTIMA DA TALIDOMIDA?

    AGUARDO RESPOSTA,

    ABRAÇOS,

    MARIA – CIDADE PARAISÓPOLIS-MG

  2. nasci em 1975 sem a mão e o antebraço esquerdo, tdo que faço é com o braço esquerdo mas chega um tempo em que se as maquinas quebram imagine um único braço ao longo de uma vida!
    gostaria de saber por onde devo começar para ir atras de meus direitos, o primeiro passo é um advogado?
    não recebo nadinha de nada no governo e nunca recebi fui apenas uma unica vez ao inss saber se tenho direito ao beneficio e a pessoa que me atendeu respondeu: vc tem condições de trabalhar beneficio é coisa pra quem esta em cima de uma cama não pra vc!
    eu me senti um lixo!
    eu ate entendo que seria para uma pessoa que se encontra numa cama mas onde estão meus direitos?
    e oq eu já passei nessa vida?
    enfim;
    gostaria de saber por onde começo por gentileza, fico no aguardo

    1. Prezada Lis

      O reconhecimento sobre a talidomida é recente e você precisa inicialmente informar-se com o Ministério da Saúde. Como a reparação é estabelecida por lei, talvez seja necessário recorrer a um advogado.

      Um abraço, boa sorte e não desista do seu direito
      Lucio Carvalho
      Equipe Inclusive

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