A partir de agora, o conceito de bairro-escola será disseminado pelo ministério da Educação (MEC) por todo o país. A idéia é transformar em verdadeiras salas de aula os diversos espaços públicos como praças, calçadas, igrejas, clubes, salões de festa e até mesmo residências da comunidade.
“A idéia do bairro-escola é genial. Ela traz um enorme retorno, com baixo investimento”. O entusiasmo com a aplicação do conceito do bairro-escola é do ministro da Educação, Fernando Haddad, que esteve na cidade de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, onde se discute as experiências do bairro-escola desenvolvidas na Vila Madalena, em São Paulo (SP), em Belo Horizonte, Minas Gerais e na cidade da baixada fluminense.
Pioneira no desenvolvimento do bairro, a organização não-governamental Cidade Escola Aprendiz servirá como base para que o MEC produza um manual passo a passo para disseminar o bairro-escola em outros municípios.
“A idéia ganha cada vez mais corpo”, disse o ministro. O Aprendiz será o organizador que, em parceria com o MEC, Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Fundação Educar, prefeituras de Belo Horizonte e Nova Iguaçu, além da Cipó Comunicações, produzirá o material.
“Com a idéia, é possível manter a criança sob a coordenação da escola, ao mesmo tempo em que a comunidade e a escola são integradas”, salientou Haddad. Em conversa com a coordenadora geral do bairro-escola de Nova Iguaçu, Maria Antônia Goulart, Haddad escutou que professores, alunos e comunidade já notaram clara melhoria com a implementação do bairro-escola.
O secretário nacional do esporte educacional, Júlio Filgueira, disse que o maior legado do bairro-escola é desenvolver e compartilhar experiências. “Queremos sempre avançar, mas se não for pela plena educação, não vamos conseguir”, completou.
Para Haddad, a troca de experiências é o que mais dá valor ao bairro-escola. “Belo Horizonte se valeu de idéias de Nova Iguaçu, assim como Nova Iguaçu tomou como exemplo São Paulo e todos conseguem bons resultados”.
Segundo a diretora geral do Aprendiz, Natacha Costa, a importância das cidades aplicarem o bairro-escola é a mudança de status do conceito. “O Aprendiz agrega experiências micro-comunitárias, enquanto que Belo Horizonte e Nova Iguaçu incorporam experiências de gestão pública”.
Para o ministro do Desenvolvimento, Patrus Ananias, a grande vitória do bairro-escola é a integração de setores e políticas sociais em prol da educação. “Primeiramente, a experiência maximiza a utilização dos recursos. Depois, não dá para a criança aprender se não tem saúde. A criança não tem saúde se não pratica esporte. Por fim, a criança não pratica esporte se não tem uma família que a acolha”.
Além da ação do ministério, outra ferramenta auxiliará na disseminação do bairro-escola: é o portal educacional bairroescola.net, em fase de elaboração. O site vai reunir as experiências de quem aplicou o conceito, servindo assim para guiar tanto aqueles que procuram algo no seu bairro, quanto aqueles que pretendem transformar sua comunidade em um espaço de aprendizagem. Para que isso aconteça, o bairro da Vila Madalena, no qual o Aprendiz atua, será o ponto inicial da rede.
Por Marina Rosenfeld, do Aprendiz
Fonte: Envolverde/Aprendiz