Portadores da síndrome de Down demonstraram hoje (23), no plenário da Casa, que se receberem apoio da família e da sociedade são capazes de superar as limitações de seu nascimento e se transformarem em artistas plásticos, dançarinos clássicos, de hip hop e de dança cigana e até chegarem à faculdade.
As apresentações foram feitas durante a sessão solene realizada por iniciativa da deputada Erika Kokay (PT), em homenagem ao Dia Internacional da Síndrome de Down, que reuniu, além dos representantes das entidades que trabalham pela causa, pais e jovens portadores da síndrome de Down.
Erika Kokay defendeu a ampliação das políticas públicas de inserção dos portadores da síndrome, afirmando que cabe ao Estado criar oportunidades para que se integrem à sociedade e possam dispor de meios de realização pessoal e profissional.
Esse foi também o discurso de Fernando Cotta e Luiz Maurício, respectivamente coordenadores do CORDE/DF (Coordenadoria para Inclusão das Pessoas com Deficiência) e do Fórum Permanente de Apoio e Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência do DF e Entorno.
Rodrigo Marinho de Noronha, assessor parlamentar do deputado federal Eduardo Barbosa (PSDB/MG), disse que, apesar de ser portador da síndrome, pôde superar muitos desafios e ter seu próprio trabalho e reconhece que “muitas pessoas como ele podem e merecem ter seu espaço”.
Mães de jovens nascidos com a deficiência, Ana Cláudia Figueiredo, e Lurdes Cabral Piantino, esta presidente da Associação das Mães em Movimento (AMEM/DF), disseram que o investimento feito nos filhos é a demonstração mais cabal de quanto a estimulação precoce pode melhorar sua condição de vida.
Os filhos de Ana Cláudia e Lurdes, Jéssica e Lúcio, falaram sobre suas vidas, mostraram fotos da infância e das muitas atividades que faziam, revelando sua aptidão para as artes. Jéssica é bailarina e está concluindo o terceiro ano do segundo grau e disse que pretende fazer vestibular para artes cênicas; Lúcio, de 14 anos, pinta e já fez três exposições individuais e dança hip hop.
Lurdes disse acreditar que há muito o que comemorar não apenas em relação ao seu próprio filho – que virou o herói da história “O menino que virou arte”, lida por ele – , mas também em relação às iniciativas públicas promovidas para promover a inclusão dos portadores da síndrome de Down. Mas há ainda espaço, segundo ela, para que a sociedade lance um novo olhar sobre essas pessoas e, com isso, ampliar as condições de sua integração.
Donalva Caixeta Marinho – Coordenadoria de Comunicação Social