
José Renan Macedo Almeida, de 11 anos, tem deficiência física em decorrência de paralisia cerebral. Até 2009, estudava em classe especial, sem divisão por série. Desde fevereiro, cursa o 4.º ano do ensino fundamental em uma turma regular da Escola Municipal Dídia Machado Fortes, na Barra da Tijuca, no Rio.
O conteúdo que aprende é o mesmo dos outros colegas. Ele participa das aulas de educação física – faz atletismo -, aprende percussão (ou “aula de tambor”, conforme explica). Dribla as dificuldades de coordenação motora fazendo os exercícios em um laptop, que o pai, porteiro, ganhou. Na sexta-feira, sua tarefa era uma redação sobre aquecimento global. Atualmente, diz que quer ser bombeiro.
O que mudou foi a política de inclusão do município. Antes, os alunos com deficiência eram avaliados e selecionados pela Secretaria de Educação. Alguns eram considerados aptos à inclusão e iam para as escolas regulares. Outros eram encaminhados para classes ou escolas especiais.
A ideia era que as classes especiais fossem temporárias, onde as crianças seriam preparadas para a inclusão. Mas, às vezes, ficavam ali tanto tempo que, crescidas, não podiam ser encaminhadas para as primeiras séries do ensino fundamental. O sistema tinha ainda brechas – por erros de avaliação, houve casos de crianças hiperativas que foram parar nas turmas para deficientes. Hoje, a secretaria não diz quem pode ou não ser incluído. A escolha cabe aos pais.
“Todas as crianças têm ganhos. Elas aprendem com as diferenças, crescem com menos preconceitos. Os alunos sem deficiência entendem que ser diferente é normal e aprendem a lidar melhor com as próprias dificuldades. A criança com deficiência cresce com pessoas que pertencem à sua geração e aprendem de acordo com suas possibilidades, sem que ninguém imponha limites”, defende Cláudia Grabois, diretora do Instituto Helena Antipoff, órgão que coordena a educação especial.
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Clarissa Thomé
Fonte: Jornal O Estado de São Paulo