Já está nas ruas a nova campanha educativa e publicitária da Coordenação de DST/Aids e Hepatites Virais da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Desta vez, o foco são as travestis e transexuais do Pará.
Com o slogan “Não somos diferentes de você: queremos respeito e dignidade”, a campanha foi apresentada ao público na noite do último dia 14 de junho, na boate Paparazzo, pelo coordenador de DST/Aids e Hepatites Virais, Lourival Marsola.
A campanha é composta por banners, busdoor e cartões postais, que serão distribuídos em boates, bares e restaurantes frequentados pelo público LGBT.
Além de Marsola, marcaram presença no evento, a diretora técnica da Sespa, Domingas Alves, representantes de organizações não governamentais ONGs) como Paravidda, Associação Afro-Religiosa e Cultural “Ilê Iyabá Omi” (Aciyomi), Grupo Vivendo e Convivendo Bem com HIV/AIDS (Viconve) e outros convidados.
A programação foi aberta pela travesti Symmy Larrat, dizendo que travestis e transexuais enfrentam dificuldade de acesso aos serviços, direitos e cidadania. Por isso, ela espera que a campanha, de fato, comece a mudar essa realidade.
Em seguida, falou Marsola. Ele informou que a campanha faz parte do Plano de Enfrentamento da Epidemia de Aids e das DSTs entre gays, homens que fazem sexo com homem (HSH) e travestis do Estado do Pará, o qual foi elaborado em conjunto com as ONGs que desenvolvem atividades preventivas no Pará e publicado em 2009.
A finalidade da campanha é alertar a sociedade e defender os direitos dessas pessoas, que enfrentam dificuldades para exercer a cidadania, em função do preconceito e discriminação e reduzir sua vulnerabilidade às doenças sexualmente transmissíveis e Aids.
Ele disse que a campanha foi construída a partir do olhar e vivência das próprias travestis, em oficina realizada no dia 22 de maio, no município de Castanhal, da qual participaram as travestis Paola, Bárbara e Magda, além de profissionais da Coordenação Estadual de DST/Aids e Hepatites Virais, da Assessoria de Comunicação da Sespa e da agência de propaganda Castilho.
Para Marsola, a iniciativa inédita representa um grande passo dado pela Sespa, a favor do respeito aos direitos humanos das travestis e transexuais do Estado do Pará.
Ele ressaltou que a prevenção é fundamental porque em 80% dos casos de Aids, a transmissão foi sexual, no entanto, alerta que juntamente com as ações preventivas deve haver iniciativas para geração de renda e defesa de direitos, como combate à homofobia e respeito ao nome social da travesti. “Este governo não admite homofobia”, enfatizou Marsola.
Para a presidente do Grupo de Resistência de Travestis e Transexuais da Amazônia (Gretta), Lohany Veras, a campanha significa um grande avanço tanto da parte da Sespa como das próprias travestis que agora também começam a se organizar. “E deve avançar mais ainda se houver maior participação do movimento LGBT e colaboração de todos”, disse Lohany.
Ela informou que a Gretta existe há apenas um ano, mas o grupo já vem fazendo trabalho de prevenção há mais de quatro anos e hoje já congrega cerca de 80 pessoas.
A programação foi encerrada com show da travesti Magda Strass. Para ela, o tratamento dado a esse segmento da população, que sempre foi marginalizado, ainda não é ideal, mas melhorou muito para todo o movimento LGBT, uma vez que hoje “já mostramos a nossa cara e nos assumimos”, graças ao trabalho sério e apoio do Ministério Público, Defensoria Pública e governo do Estado.
Roberta Vilanova – Sespa
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Fonte: Agência Pará de Notícias
