Tecnologia na educação, dúvidas e certezas

Logotipo do Planeta Educacao, um globo terrestre formado pela letra EPor Gislaine Pelegrin, no Planeta Educação

Passamos atualmente por muitas mudanças e após várias leitura sobre o tema Educação e Tecnologia cheguei a conclusão que o uso das tecnologias no processo ensino e aprendizagem é algo bastante complexo, e necessita que o educador apresente uma série de habilidades e competências. Digo isto não só em relação as competências técnicas, que são fundamentais para o uso de diferentes recursos, mas também em relação as competências pedagógicas.

Segundo Perrenoud (1999, p.7) competência é “uma capacidade de agir eficazmente em um tipo de situação, capacidade que se apóia em conhecimentos, mas não se reduz a eles”. Este é um conceito de competência que tem sido uma referência, na área da educação. Assim, para esse autor compreende-se que as competências utilizam, integram e mobilizam conhecimentos para enfrentar um conjunto de situações, além de implicar também em uma capacitação dos saberes.

Diante disso, é preciso pensar nos conceitos sobre os paradigmas educacionais existentes, os processos de ensino-aprendizagem e seus conteúdos. Moraes (1997, p.27) afirma que:

Para educar na Era da Informação ou na Sociedade do conhecimentos é necessário extrapolar as questões de didática, dos métodos de ensino, dos conteúdos curriculares, para poder encontrar caminhos mais adequados e congruentes com o momento histórico em que estamos vivendo.

O mundo está passando por uma onda de transformações. Estamos vivendo a era da revolução da informação, onde esta nos conduz a novos processos de produção, a novas formas de diversão, a um novo modo de viver e pensar, agir e interagir.

Alguns autores afirmam que a Internet será responsável por uma grande revolução no sistema de ensino da nossa sociedade, concluindo que a primeira influência da Internet no âmbito educacional foi à facilidade de acesso as informações, sendo que nem sempre devem ser consideradas verídicas. O que se pode perceber é que falta ainda, não só por parte dos educandos, mas também de muitos educadores o domínio técnico e pedagógico quanto ao uso desta ferramenta.

Cabe a cada instituição escolar planejar e executar seu programa de desenvolvimento, considerando não apenas as inovações tecnológicas, e sim, os fatores humanos, como formação, capacitação e cultura.

Uma educação de qualidade deve privilegiar o aprender a aprender e a capacidade de intervenção alternativa, baseada numa cultura educacional que prioriza a atitude de pesquisa, de autonomia crítica e a busca criativa.

Um dos grandes desafios para o educador é ajudar a tornar as informações significativas, a escolhendo as verdadeiramente importantes entre tantas possibilidades, a compreendê-las de forma cada vez mais abrangente e profunda tornando-as parte do referencial.

Os educadores devem procurar integrar as novas tecnologias da comunicação/informação e novos métodos de ensino-aprendizagem, tentando favorecer a geração de conhecimento dentro de cada aluno, e não simplesmente a transmissão de informações. É importante que as pessoas possam entender como o conhecimento está organizado, como buscar informação, como utilizá-la de modo inteligente e como transmitir o processo de comunicação do conhecimento obtido.

As práticas pedagógicas devem buscar hoje, mais do que nunca, a transferência do foco de aprendizagem do educador para o educando e dos conteúdos para os processos de aprendizagem. Enfatizando conhecimento, habilidades e valores do indivíduo.

Vivemos a chamada Era da Inteligência Conectada e isso não significa simplesmente segundo (Cebrián 1998, p.18) “a interconexão de tecnologias e, sim, da interconexão de seres humanos pela tecnologia. Não é uma era das máquinas inteligentes, mas de seres humanos que, pelas redes podem combinar sua inteligência, seu conhecimento e sua criatividade para avançar na criação de riquezas e desenvolvimento social. Não é apenas uma era de conexão de computadores, mas de interconexão da inteligência humana” .

Ensinar com novas mídias será uma revolução se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino. É preciso ter consciência sobre tudo que foi citado, tanto educadores como profissionais da informação precisam estar envolvidos na busca de respostas na forma de ações integradas e adequadas à inovação na sociedade em que estamos inseridos, onde as tecnologias são instrumentos da potencialização da capacidades humanas, a informação é um bem de valor e a educação o meio para o exercício da cidadania e do bem coletivo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

CEBRIÁN, J. La red. 3. ed. 1998. Disponível em: http://www.links.org.ar/infoteca/ctccomopuentessi.pdf.

MORAES, M.C. O paradigma educacional emergente. Campinas: Papirus, 1997.

PERRENOUD, P. Construir as competências desde a escola. Poto Alegre: Artmed, 1999.

“Educação e Tecnologia.”, Revista Ensino Superior, São Paulo: Ed. Segmento, ano 5, Núm.: 53, pg:33. 02/2003.

VALENTE, José Armando (org). Computadores e conhecimento: Repensando a Educação. 2ª ed. Campinas: Gráfica Central da Unicamp, 1998.

BARROS, Daniela M. Vieira. Guia didático sobre as tecnologias da comunicação e informação, Rio de Janeiro.

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Fonte: Planeta Educação

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