Desigualdades na educação

Inclusive - problemas na educação. A palavra educação escrita com as letras invertidas e um aluno desolado em frente ao quadro negro.

Confirma-se, mais uma vez, um fato que já conhecemos há muito tempo: os brasileiros com menor renda e residentes nas zonas rurais têm menor acesso à educação, frequentando menos a escola e, por isso mesmo, constituindo um contingente maior de analfabetos no País. Esta é uma das conclusões de um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que ratifica, também, que a menor distribuição de renda e a urbanização são as responsáveis para elevar a média do tempo de estudos de milhões de brasileiros.

Em 2009, a proporção de adolescentes entre 15 e 17 anos no Nordeste que assistiam aulas na série apropriada às respectivas idades, era inferior à registrada no Sudeste em 1999. São números oficiais divulgados pela pesquisa Síntese de Indicadores Sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2009, somente 39,2% de jovens pertencentes àquela faixa etária, no Nordeste, cursavam o Ensino Médio. Enquanto isso, o Sudeste registrava 60,5% naquele mesmo exercício, e em 1999 o contingente de alunos na referida Região atingia 42,1%.

O IBGE expressou preocupação com as estatísticas apuradas sobre a desigualdade regional quanto à educação, admitindo que, mesmo com todas as melhorias sociais, a educação avança devagar.

Realmente, apesar dos avanços na área educacional, a evolução tem sido lenta, por depender de políticas públicas nas diversas esferas de governo e do prazo necessário para que os alunos concluam os ciclos que estão cursando.

Um fator merecedor de referência é que o indicador responsável pela mensuração da adequação do aluno à série depende de outras fases de escolarização. Esse indicador é considerado muito exigente, pois, para que se esteja com 15 anos no Ensino Médio, não deve ter havido problemas na vida dos estudantes, como atraso no ingresso escolar, repetência ou abandono da escola, salientam alguns estudiosos.

O acesso, a permanência nas escolas e a conclusão dos ciclos de ensino, acompanhados do aprendizado e da qualidade do que se aprendeu, são outros fatores relevantes para a melhoria do desempenho dos alunos.

Finalmente, um fato positivo atenua os indicadores negativos: o analfabetismo entre adolescentes e rapazes com 17 a 24 anos foi de 1,9% em 2009, o que significa, segundo o IBGE, que está praticamente erradicado na mencionada faixa etária. Ressalte-se, finalmente, o que não nos surpre­ende: As Regiões Sul e Sudeste , historica­men­te, mais desenvolvidas, continuam man­tendo os melhores resultados, enquan­to o Norte e Nordeste têm os piores índices.

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Fonte: Folha de Pernambuco

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