Por Elis Zampieri
Pensar em inclusão passa por pensar em uma série de atravessamentos e compreensões que vamos construindo nas relações sociais que estabelecemos. Avaliar como pensam os professores e percebem a diferença em sala de aula parece ser análise relevante para o melhor entendimento de questões como aprendizagem e desenvolvimento de sujeitos que necessitam da interação sem que lhe sejam negadas suas especificidades. Perceber que existem diferentes maneiras de olhar a diferença pode explicar porque para um mesmo sujeito podem-se entrever possibilidades ou dificuldades.
A sociedade, e a escola como produção desta, definiram ao longo do tempo padrões, normalizações, lugares e posições que embora pareçam produções naturais são criações sociais que definem e subjetivam o outro. Temos aí, os que aprendem e os que não aprendem, os que possuem condições de e os que não acompanham, os inteligentes e os fracassados, os que avançam e os repetentes, os destaques e as escórias.
Bibliografia:
LOPES, Maura Corcini; DAL’IGNA, Maria Claudia (org.) In/Exclusão: Nas Tramas da Escola. Editora ULBRA, Canoas, 2007
Texto publicado originalmente no blog Sobre Educação
Sobre o autor:
Elis Zampieri é pedagoga, com especialização em Educação Infantil e Séries Iniciais e em Educação Especial. É autora do blog “Sobre Educação”e moderadora do grupo “Educação em Rede”
Adorei o texto. Ele vem de encontro a tudo que penso e que falo nas minhas palestra.
Gostaria de só acrescentar que não adianta passar o aluno de ano sem que esse tenha conseguido acompanhar, isso apenas é um “passar de mão na cabeça” dos pais. Precisamos entender se faz necessário que o portador de down saiba ler e escrever e fazer continhas simples, para que possa escrever uma carta, tomar uma condução e ler o que lhe é oferecido para assinar, também saber fazer contas para não ser enganado ao fazer uma compra no mercado. Os pais (os responsáveis) não são eternos para ajudá-los a vida toda.
Também sou mãe de uma moça Down e fiz questão de eu mesma alfabetizá-la e ensiná-la a fazer contas.
Abraços