A obesidade é um problema fisiológico, mas, quando o obeso tem interações negativas em seu mundo social – incluindo a sensação de ser discriminado –, pode ter a situação piorada, o que contribui para a saúde física em declínio”, explica Markus H. Schafer. O aluno da Universidade Purdue (EUA) liderou estudo sobre os efeitos que a discriminação têm na saúde de um obeso.
Schafer e o professor Kenneth F. Ferraro analisaram dados de um estudo (o National Survey of Midlife Development in the United States) que acompanhou mais de 1.500 pessoas e examinou seus índices de massa corporal e percepção de discriminação.
A análise feita por eles mostrou que em torno de um terço dos americanos que sofrem de obesidade severa já passou por experiências discriminatórias. São situações como ser mal-atendido em um restaurante ou receber tratamento diferenciado no local de trabalho.
Após dez anos de acompanhamento dos participantes, o estudo mostrou que os obesos que tinham sofrido discriminação apresentavam um quadro geral de saúde pior do que os que não haviam passado pela mesma experiência. Em torno de 11% dos moderadamente obesos e 33% dos severamente obesos que disseram ter sofrido discriminação tiveram pioras drásticas de saúde. Esse declínio incluiu o comprometimento de habilidades funcionais – como subir escadas e carregar objetos.
Schafer diz que “parece que muitas pessoas estão internalizando o preconceito e estigma que elas sentem, o que contribui para o estresse e acaba afetando a saúde delas”.
Para lutar contra a obesidade, a pessoa deve entrar em contato com um médico, mas o acompanhamento psicológico também é aconselhável. O professor Ferraro acredita que campanhas contra a obesidade poderiam conscientizar a população e ajudar na solução do problema.
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Fonte: Jornal da Manhã