Noite fantástica

Público do Planeta Atlântida visto do alto

Por Eduardo Purper

No último dia 12 de fevereiro tive a oportunidade de realizar um grande sonho que tinha na minha vida: ir ao Planeta Atlântida.

Por incrível que pareça, embora eu costume ir a vários shows, neste festival eu nunca havia tido a possibilidade de estar até este dia.  Foi aí que apareceu o meu amigão Fábio Azevedo e sua turma da APABB, as monitoras Andréa, Cíntia e Renata. Além deles, foram mais 12 pessoas com deficiência.

Aquele dia foi muito divertido, desde a nossa partida da rótula do papa, passando pela chegada até o local, culminando com os grandes espetáculos que presenciamos, embora tenhamos chegado atrasados ao primeiro show.

Fiquei culpando uma colega, de brincadeira, claro, pelo atraso, já que tivemos que buscá-la em casa. Como íamos nos atrasar mesmo, tive que me conformar em não ver o show do Chimarruts, afinal de contas mais tarde veria a Ivete Sangalo.

Chegamos na hora do show da Fresno, a pior coisa que já vi nos últimos tempos. Estou usando este termo, porque para mim eles são uma “coisa”, e não uma banda, pois não se entende absolutamente nada do que eles estão cantando, porque eles não cantam, eles gritam. Fazem sucesso porque a mulherada acha o vocalista bonito. Ledo engano, na minha opinião, claro!

Em seguida foi a vez dos paulistas do NX0 tomarem conta da noite, para delírio do meu amigo Paulo Jenisch. O doido começou a pular como eu nunca tinha visto alguém fazer na vida. Ele me levou no embalo, porque pulava e cantava ao meu lado e eu tive de acompanhá-lo.

A vibração foi tão boa que nem lembro a ordem das coisas (um esclarecimento: sem nenhuma “injeção” de álcool) mas ainda lembro o nome de todas as bandas.

Em seguida, para mim começou de verdade o festival, porque fui a uma outra parte do camarote vip, acompanhado da monitora Cíntia, mais na frente do palco ainda.

Lá havia uma grade de contenção, na qual eu pude me apoiar, levantando e ficando em pé praticamente todos os shows. Comecei a maratona de ficar em pé com a espetacular banda formada pelo agora colega cadeirante Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone.

O palco era giratório, por isso quando o Herbert chegava a minha frente, eu levantava rapidamente fazendo acenos que foram respondidos por ele. Me senti amigo íntimo deste carioca, afinal pela primeira vez na vida pude conversar “em libras” com alguém!

A seguir foi a vez dos malucos do Charlie Brown Junior, sobre os quais eu tenho uma tese: eles não são a banda que eu escutaria no sofá da minha casa, mas o show deles é algo impressionante. Quem não teve oportunidade de ir, por favor, vá!

É impressionante o que aquele louco chamado Chorão realiza em cima do palco. Ele consegue, em segundos, dominar o público de uma forma incrível. Por algumas vezes ele faz a brincadeira de dizer um pedaço do nome da banda e o público tem que completar, e aí, até eu que não sou maluco fiquei respondendo com as mãos para cima, e em pé!

Depois veio a minha diva Ivete Sangalo. Desta vez eu nem vi a minha cadeira durante o show inteiro. Se alguém a tivesse subtraido, eu nem teria notado e teria que ir embora no colo de alguém.

Este não foi o ponto alto do show desta fantástica mulher. Pasmem, ela me mandou três beijinhos. Fiquei pensando: foi para mim que este “avião” mandou beijinhos? Pena que fiquei sabendo disso somente após o show quando comentaram comigo que aqueles três beijinhos eram efetivamente para mim.

A seguir fomos para o palco de música eletrônica. Lá conheci três gurias, que o fábio havia contratado para animar a gente. Uma delas, a Renata, chegou me dizendo a seguinte frase: “se não tivesse os meus amigos aqui eu te beijava!” ao ouvir isto, nunca me senti tão burro, porque em circunstâncias normais, eu teria soltado a piada: “Então me beija mesmo assim que eu faço amizade com eles também rapidinho” mas a empolgação do momento e dos três beijinhos da Ivete me atrapalharam.

A primeira vez, dizem, a gente nunca esquece. O festival foi realmente incrível, mais do que eu imaginava. Segundo o Fábio, ano que vem vamos de novo. Mesmo estando morando a 700 quilômetros de Porto Alegre, pode ter certeza, Fábio, que pego um avião, ou um foguete, e vamos de novo!

Após uma noite tão intensa, cheguei em casa às dez da manhã de domingo, cansado mas recompensado e dormi até a hora que a agitação permitiu.

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