Por Patricia Almeida
Na véspera da abertura da 68ª Assembleia Geral da ONU, Nova York é tomada por militantes que lutam há séculos para sair da invisibilidade. São 1 bilhão de pessoas com deficiência no mundo, pelas contas da Organização Mundial de Saúde. E pela primeira vez elas chegam ao centro das discussões de políticas globais. Não mais como coitadinhos, esmolando migalhas, mas pela porta da frente, como cidadãos dignos de direitos e protagonistas de suas histórias. Cerca de 800 delegados entre missões oficiais dos 193 países das Nações Unidas e ONGs ocuparam o novo prédio da organização, que vem sendo reformado de acordo com as regras de acessibilidade e desenho universal. Em 2000 os Objetivos do Milênio foram traçados pela ONU, mas…. surpresa! Esqueceram de incluir as pessoas com deficiência nos planos… Só 13 anos mais tarde esse “pequeno detalhe” que não deixava os índices almejados serem alcançados, começa a ser levado em conta. Foi necessário um tratado internacional que ressaltasse o que a Declaração dos Direitos Humanos já dizia, mas parecia que ninguém queria entender. “Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos.” Em 2006 veio a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que no Brasil foi aprovada como emenda constitucional. Hoje, ativistas de todo mundo participaram da primeira reunião de gente grande que discutiu as questões ligadas à deficiência, e a Assembleia Geral aprovou uma resolução recomendando que todas as políticas públicas daqui para diante incluam as pessoas com deficiência. Nada de programas especiais.
Pelo Brasil, compareceram Regina Atalla, Vice-Presidente da Riadis, Rede Latino-Americana de Organizações Não Governamentais das Pessoas com Deficiência e suas Famílias, que reúne 46 organizações de pessoas com deficiência na América Latina e no Caribe, Marco Antonio Pellegrino, Secretário de Estado Adjunto dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo, o desembargador Ricardo Tadeu Marques Fonseca, Moises Bauer, da ONCB, Joelson Dias, da OAB e o Secretário Nacional de Promoção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, Antonio José Ferreira, entre outros. O Instituto MetaSocial foi representado por Patricia Heiderich, Barbara Kirchner e as jovens Tathiana Piancastelli e Paula Werneck. Compenetradas, as duas fazem parte de uma geração que já está colhendo os frutos dos pioneiros que lutaram para que tivessem uma voz e encontrassem as portas já meio abertas. Um bilhão de pessoas começam a passar por essas portas. Tathiana resumiu em uma frase o significado de sua presença nesse momento histórico: “Foi importante. ”
Fotos de Marco Antonio Pellegrino e Tathiana Piancastelli
Equipe da Inclusive, agradeço por republicarem o meu importante relatório neste momento tão relevante na ONU.
Em 2004, participei no “IV Colóquio Internacional de Direitos Humanos” da ONG Conectas Direitos Humanos. Elaborei o relatório: “Da invisibilidade à transparência – A inclusão da Deficiência nas Metas de Desenvolvimento do Milênio da ONU”, para o “Informativo Alternativo: Entre la realidad y la esperanza”. Leiam o documento no link:
http://saci.org.br/?modulo=akemi¶metro=17383
http://www.linkedin.com/vsearch/p?title=Participa%C3%A7%C3%A3o+em+Col%C3%B3quios+Internacionais+de+Direitos+Humanos&titleScope=CP&trk=prof-exp-title