A parte onde se encontram os controles da cadeira motorizada de Flávia Cintra foi totalmente destruída
A jornalista Flávia Cintra, repórter da Rede Globo, publicou nesta terça-feira, 14, em seu perfil no Facebook, um desabafo sobre como as companhias aéreas costumam atender pessoas com deficiência e também sobre o transporte dos equipamentos de acessibilidade que pertencem aos passageiros.
A reclamação, desta vez contra a Gol, foi motivada pelo estado em que sua cadeira de rodas foi entregue após a viagem. Leia a íntegra abaixo.
“Só um registro: Eu não quero mais andar de avião. Desisto. A partir de agora, no que depender de mim, só vou onde meu carro puder me levar.
Nas viagens a trabalho, se eu não puder fugir do avião, irei só com uma cadeira manual velha. Não aguento mais esse desrespeito repetido e descarado.
Hoje foi a Gol que destruiu minha cadeira. Não adianta explicar como fazer, ser gentil, pedir pelo amor de Deus. As companhias aéreas, TODAS, não estão nem aí. Tudo o que fazem é pedir desculpas. Não, Gol, já te desculpei dezenas de vezes. Não desculpo mais!
O que falo para o meu chefe amanhã? “Desculpe, querido chefe, a Gol quebrou minha cadeira e eu não posso trabalhar, mas eles ficaram super chateados e até pediram perdão, viu…”. Para o inferno!
Fazem audiência publica, consulta pública, manual dIsso e daquilo, norma assim e assado, mi mi mi…. e na pratica, nada melhora. Muitos anos de incompetência sem consequência, sem evolução.
Às próximas gerações de militância, eu desejo a energia que eu tive por 20 anos em fazer reunião, escrever relatório, servir de consultora de graça. Cansei e não acredito mais”.
O Blog Viver Limites entrou em contato com a Gol, por meio da assessoria de imprensa, e pediu explicações sobre o caso. Em nota enviada por e-mail, a empresa afirmou: “A GOL lamenta o fato relatado e informa que já está em contato com a cliente para encontrar a solução mais adequada. A companhia ressalta que, após a apuração da ocorrência, reavaliará o atual procedimento para transporte de cadeiras de rodas para que casos como esse não voltem a acontecer”.
Há algumas semanas, antes de quebrar a cadeira, Flávia Cintra fez uma série de reportagens para o Bom Dia SP, da TV Globo, por ocasião do dia de luta das pessoas com deficiência. Nas matérias ela apontava os problemas de acessibilidade existentes na rua de São Paulo. Infelizmente os problemas não estão apenas nas ruas, mas também no ar.
Veja as reportagens da jornalista – http://www.inclusive.org.br/?p=27026
Fonte: Blog Vencer Limites
Parabéns à Inclusive, por repercutir esta notícia, que causa indignação e também nos informa.
Não é a primeira vez que companhias aéreas, nacionais e internacionais, detonam cadeiras de rodas, sejam manuais ou motorizadas.
A publicidade feita pelas companhias é sedutora e garante que respeitam clientes com deficiência. Porém… apenas nas fotos bonitas das revistas. Na vida real, quebram, danificam e desmontam as cadeiras. Também se recusam a carregá-las, alegando que as baterias são potencialmente perigosas, embora os cadeirantes – escolados – tenham os certificados de segurança dos fabricantes.
Não consigo entender a razão de não conseguirem receber uma cadeira em bom estado e entregá-la nesse mesmo bom estado ao final da viagem… o que acontece no interior dos containers?
Ou será que as companhias aéreas detestam cadeirantes e se empenham em afugentá-los, fazendo com que desistam de seu direito de ir e vir?
Há muitos mistérios entre a terra (embarque), o céu (viagem) e a terra (desembarque) do que a nossa vã filosofia desconfia ou entende…
E tudo isso acontece num país chamado Brasil, que tem uma legislação que já foi considerada uma das mais avançadas nas Américas…
É de indignar!
abraços
Marta Gil