INCLUSÃO ACOLHE – O capacitismo nosso de cada dia.

FOTO DE HOMEM. TEXTO NO CORPO DA POSTAGEM.

COLUNA INCLUSÃO DO ACOLHE
O capacitismo nosso de cada dia
Por Cláudio Blanco
Membro do AcolheDown

Tenho uma filha de 7 anos com Síndrome de Down. Leio bastante sobre o tema da pessoa com deficiência. Sigo-as no Twitter, reflito e debato sobre textos que chegam a mim. Melhorei muito a percepção desse preconceito, e revi muitas das minhas atitudes.
E independente disto, continuo sendo capacitista.
Seguem algumas situações que já vivi:
Com uma criança de 8 anos com características de autismo, perguntei à sua mãe qual era o seu nome. Ela estava na minha frente. Porque não perguntei direto a ela?
No trabalho, um homem sem as pernas não conseguia acessar a minha sala. Como atendê-lo, se o sistema só era acessado da minha sala? Depois de quase meia hora de impasse, imprimi as informações do sistema e levei-as a ele. Em cinco. Porque não pensei antes essa flexibilidade de solução, já que minha sala não é plenamente acessível?
Minha filha não gosta de se vestir sozinha em casa. Porque pego-me pensando ser devido ao seu déficit cognitivo, quando na escola ela se veste sem problemas?
Oportunidades não faltam no dia-a-dia, para eu exercer meu capacitismo. E se não estiver alerta, estarei lá jogando tudo que de errado aprendi e incorporei, ao longo dos anos, sobre a deficiência.
Na maioria das vezes, minhas atitudes capacitistas são inconscientes. É preciso que alguém me avise do que fiz, ou eu mesmo reflita, após um tempo, sobre a minha fala ou atitude.
Por isso, não se feche a uma crítica, ainda que pesada, quando for tachado de capacitista.
Pessoas com deficiência sofrem o estigma de serem consideradas inadequadas ao convívio social.
Olhe ao seu redor e veja se na escola do seu filho, no seu trabalho, na sua rua, as pessoas com deficiência têm as mesmas oportunidades, a mesma acessibilidade, os mesmos direitos que você.
Como a sociedade é capacitista, mas ninguém se considera assim?

Realização: @acolhedownoficial e @inclusivamente

#descrição da imagem: em um fundo branco e rosa: Coluna Inclusão AcolheDown com Cláudio Blanco. Como a sociedade é capacitista, mas ninguém se considera assim? Com foto do autor.

One Comment

  1. Tornar uma escola inclusiva implica transformar a cultura escolar, ou seja, as politicas, as praticas e inclusive as pessoas que fazem parte dela, para garantir o direito de todos a educacao. Implica mudar a visao da homogeneidade para a diversidade, acreditar que todos podem aprender e reconstruir a escola de forma que seja, de fato, para todos – sem excecao. Acontece que nem todas as escolas estao dispostas a mudar tanto assim. Por isso, assumem a inclusao como um projeto adicional, atrelado as praticas ja existentes. Elas auto definem-se inclusivas simplesmente pela presenca de estudantes com deficiencia – o que nao e suficiente para caracterizar a inclusao.

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