Vivenciando a afetividade e a sexualidade

VII – VIVENCIANDO A AFETIVIDADE E A SEXUALIDADE

extraído da página 75 do MANUAL DE FORMAÇÃO DE AUTO DEFENSORES COM O TÍTULO

NADA SOBRE NÓS SEM NÓS

Livro produzido pela Federação das APAEs do Estado de Minas Gerais, sendo

sua autora Moira Sampaio Rocha, gestão 2005/2007,sob a presidência de Luiza

Pinto Coelho, Vice-Presidente Maria Dolores da Cunha Pinto, prefácio de

Maria Amélia Vampré Xavier, SP

digitado em S.Paulo por Maria Amélia Vampré Xavier, da Rede de Informações

Área Deficiências Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento

Social de São Paulo, Fenapaes, Brasília (Diretoria para Assuntos

Internacionais) , Rebrates, SP , Sorri Brasil, SP, Carpe Diem, SP, Inclusion

InterAmericana e Inclusion International, em 7 de julho, 2008

A luta das famílias em prol da qualidade de vida de pessoas com deficiência

intelectual, seus filhos, é enorme, sem tréguas, um desafio por dia a ser

vencido quando isso é possível.

Vivemos uma época em que a manifestação da sexualidade é mais do que clara,

é até exagerada seja nas revistas femininas de grande circulação, nos

jornais diários, nas novelas de TV. A dois por três há um casal às vezes

bastante desajustado que se forma nas histórias que todo mundo ou uma boa

parte do público assiste. Traições, novos ajuntamentos de gente, casais do

mesmo sexo, tudo isso é explorado ao máximo na famosa telinha que nos

acompanha em nossas casas todos os dias do ano.

E como fica a situação de nossos filhos, e especialmente de nossas filhas,

como tratamos a sua sexualidade que, freqüentemente, e com razões sólidas,

nos enche de pavor pois com tanta liberdade sexual nascem filhos de uniões

nem sempre bem ajustadas, ou filhos sem um pai que os reconheça, cuja mãe

tem deficiência intelectual. O medo que temos, nós os pais, acerca de como

tratar a sexualidade de nossos filhos é muito grande, principalmente se

formos pais modernos que desejam que os filhos sejam cidadãos para valer.Até

onde entra o direito das pessoas com deficiência intelectual a terem vida

sexual regular? Pergunta dificílima de responder!

Consideramos o Manual para Formação de Auto Defensores, com o expressivo

nome ‘ NADA SOBRE NÓS SEM NÓS ‘ um livro importantíssimo, realizado em

Minas Gerais onde floresce um movimento de APAEs de fazer inveja a outras

regiões do país. Por isso, hoje estamos transcrevendo uma página desse

Manual para Formação de Auto Defensores pois é mais uma oportunidade de

refletirmos sobre aspecto tão sério da vida humana: a sexualidade, a razão

da existência de todos nós!

Vamos, pois, ao que nos diz Moira com toda sua competência:

“ As pessoas com deficiência, como todas as pessoas, têm necessidade de

expressar sua sexualidade. Sexualidade é algo mais amplo que relações

sexuais. A sexualidade é um componente da vida de todo ser humano.

Sexualidade abrange a amizade, a vivência do amor humano e as trocas e

emoções afetivo-sexuais.

“ A sexualidade se manifesta em todas as fases da vida, sem distinção de

etnia, sexo, classe social ou presença ou não de deficiência. A pessoa com

deficiência é um ser bio-psico-social em constante evolução e como todo ser

humano tem necessidade de expressar seus sentimentos de um modo pessoal e

único.Tem, portanto, o direito de ter prazer e levar uma vida afetiva dentro

de suas possibilidades e limites reais.

As maiores barreiras à vivência da sexualidade pela pessoa com deficiência

estão ligadas aos preconceitos e estereótipos construídos em torno da

deficiência. A vivência da sexualidade, quando bem orientada e

adequadamente apoiada, melhora o desenvolvimento afetivo, a capacidade de

relacionamento interpessoal, fortalece a autoestima, o autoconceito e a

adequação social. Ao contrário, a repressão da sexualidade diminui o

equilíbrio emocional, favorece o aumento da agressividade e gera angústia,

isolamento e reduz as possibilidades de inserção social.

Por medo de expor o adolescente com deficiência mental a riscos físicos e

emocionais, por constrangimento de exporem a si próprios, muitos pais negam

a sexualidade de seus filhos e os aprisionam em uma infância angelical

eterna, onde a sexualidade não existe.

Na APAE, a educação e orientação sexual devem ser construídas com amor,

sabedoria e conhecimentos teóricos. Podem ser organizados serviços de

informação e aconselhamento para pais e educando com deficiência, abordando

temas como:

· Conhecimento do próprio corpo

· Higiene pessoal

· Higiene íntima

· Embelezamento corporal

· Afetividade, namoro e amizades

· Proteção contra ações indesejadas em seu corpo

· Reprodução humana

· Aprendendo a fazer escolhas afetivas

· Aprendendo a se fazer respeitar

· Aprendendo a demonstrar seus desejos e interesses

· Comportamentos sexuais adequados

Como os amigos vêem, o assunto é de extrema seriedade e deve ser tratado

com urgência pela família, profissionais, organizações que se ocupam dos

direitos das pessoas com deficiência, e deficiência intelectual entre elas.

Num mundo como o que vivemos, com apelos sexuais entrando por toda parte,

com a cada vez maior aceitação dos chamados homossexuais e pessoas com

comportamentos que não são da média da população, precisamos em nossas

entidades fazer um planejamento que aborde a afetividade de todo ser humano,

através da escolha de parceiros afetivos, do desenvolvimento de

auto-respeito, aprendendo a demonstrar desejos e interesses como está dito

acima.

Nada disso é fácil, ter um filho ou filha com deficiência intelectual

representa um enorme desafio na vida de cada um de nós. Exige, antes de

tudo, coragem mas isso vimos demonstrando há anos, desde que nosso filho

nasceu.

Esclarecemos que mais informações sobre o Manual de Formação dos

Autodefensores “ NADA SOBRE NÓS SEM NÓS” podem ser obtidas através da

Federação das APAEs do Estado de Minas Gerais, cujo email é;

<mailto:fapaesmg@apaeminas. org.br> fapaesmg@apaeminas. org.br.

digitado em S.Paulo por Maria Amélia Vampré Xavier, da Rede de Informações

Área Deficiências Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento

Social de São Paulo, Fenapaes, Brasília (Diretoria para Assuntos

Internacionais) e entidades parceiras em 7 de julho, 2008

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