Garis convivem com preconceito da população

Gari limpando uma rua
Josiane diz sofrer constantemente assédio por um morador de rua

Por Vanessa Huk, Guilherme Capello e Edgard Matsuki

Trabalhar na limpeza da cidade não é algo muito fácil. Faça sol ou faça chuva, lá estão os varredores, limpando cuidadosamente cada pedacinho da calçada para deixar o ambiente agradável. Porém, nem sempre os profissionais são valorizados. A falta de reconhecimento transforma os varredores, especialmente as mulheres, em alvos fáceis de discriminação e preconceito.

“Eles não são lixeiros. Lixeiros são aqueles que produzem lixo. Eles são coletores”. A frase dita pela presidente do Siemaco, Maria Donizete Teixeira Alves, mostra que até no senso comum a população acaba tratando os garis de forma pejorativa. Segundo ela, a exposição com o trabalho nas ruas acaba causando algumas situações desagradáveis envolvendo preconceito.

Segundo dados do Siemaco (Sindicato das Empresas de Asseio, Conservação, Limpeza Urbana, Ambiental, Áreas Verdes, Vias Rodoferroviárias e Similares) de Ponta Grossa, 115 dos 130 funcionários da Ponta Grossa Ambiental são sindicalizados. Na cidade, 70 trabalhadores atuam diretamente com a coleta do lixo e deste total 60 fazem parte do Siemaco.

Trabalhar exposto aos carros e pessoas que passam torna os trabalhadores vulneráveis a sofrer alguns tipos de preconceito, como xingamentos ou carros passando a uma distância mínima “apenas para assustar”. Estas situações acabam abalando qualquer pessoa e o sindicato precisa agir nestes casos.

Maria Donizete afirma que o sindicato tem grande importância na formação da autoestima dos trabalhadores. “Organizamos atividades como o dia do gari com o objetivo de que eles se sintam valorizados”, diz Maria Donizete. Para ela, isto ajuda os próprios trabalhadores a superar o preconceito.

Donizete destaca que dificilmente os casos de preconceito chegam ao sindicato: “A gente sabe mais sobre casos que acontecem com os catadores”. O Siemaco dá assistência médica e psicológica para os associados, mas Donizete diz que os garis não utilizam os serviços para casos de preconceito: “Parece que em Ponta Grossa não tem muito destes problemas”, observa a presidente.

Leia mais:

Uma classe que merece respeito Link abrirá em uma nova janela ou aba.

Histórias de violência: o temido morador de rua Link abrirá em uma nova janela ou aba.

Sorriso na cara e boas histórias para contar: a rotina dos garis Link abrirá em uma nova janela ou aba.

Casos de preconceito: a antipática moradora Link abrirá em uma nova janela ou aba.

_____________________

Fonte: Portal Comunitário

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *