Educação inclusiva para alunos com autismo e psicose: das políticas educacionais ao sistema de ensino

Inclusive - inclusão - várias figuras multicoloridas de mãos dadas: um cadeirante, um muito alto, um muito baixo e outros olhando para direções diversas

Educação inclusiva para alunos com autismo e psicose: das políticas educacionais ao sistema de ensino, por Cristiane Lazzeri. Universidade Federal de Santa Maria.

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RESUMO/ABASTRACT

Este trabalho de dissertação insere-se na Linha de Pesquisa em Educação Especial do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Maria. O município de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, tem uma significativa caminhada na discussão a respeito da educação inclusiva, sendo considerado como referência na região. Porém, no tema o qual se refere essa pesquisa, ou seja, autismo e psicose, após investigação prévia, descobriu-se que quase não existiam dados sobre a escolarização desses alunos no sistema municipal de ensino. Tendo como base esses dados pouco expressivos, essa pesquisa buscou desvelar se existe alguma especificidade no sistema educacional do município que este não consegue atender esses alunos. Assim, o objetivo desse estudo foi investigar como está organizado o sistema da rede municipal de ensino fundamental de Santa Maria/RS para os alunos com autismo e psicose. O aporte teórico teve como alicerce as políticas educacionais, em especial, a política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva (2008) e formulações teóricas sobre o tema do autismo e da psicose. Para o desenvolvimento deste estudo, foi realizado um mapeamento dos alunos com autismo e psicose no sistema municipal de ensino, com a finalidade de sistematizar os sujeitos, as escolas e a estrutura do ensino dos alunos com autismo e psicose que estão matriculados na rede municipal de ensino fundamental de Santa Maria. Esta é uma pesquisa qualitativa que fez uso de entrevista, questionários e diário de campo como instrumentos de coleta de dados. Para a análise dos dados, foi empregada a análise de conteúdo. Como resultados, foram encontrados oito alunos matriculados e freqüentando seis escolas regulares de ensino fundamental. Nas escolas do município de Santa Maria, não existem mais classes especiais, estas foram extintas em conformidade com a nova política de educação inclusiva. Esses alunos estão incluídos nas salas de aula regulares e recebendo o atendimento educacional especializado como suporte à escolarização. As alterações no sistema de ensino trouxeram alguns problemas. Em função disso, nem todos os alunos conseguiram se adequar às novas formulações do sistema municipal na perspectiva da educação inclusiva, alguns foram remanejados para as escolas do estado, e os professores encontraram alguns obstáculos com o funcionamento do novo sistema na perspectiva da educação inclusiva. Nesse sentido, o papel da educação especial e o seu público-alvo foram as maiores dificuldades encontradas pelos docentes. Ao final deste estudo, mais do que buscar soluções, esta pesquisa teve como intenção primeira trazer algumas reflexões que possam servir de apoio para a escolarização de alunos com autismo e psicose no município. Assim, pensar em políticas de educação não se encerra no documento oficial, as repercussões que se originam delas é que dão vida às orientações políticas, por isso, é necessário levar em conta cada realidade, cada sujeito envolvido no processo, principalmente no que diz respeito aos alunos com autismo ou psicose.

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