A possibilidade de ler qualquer coisa continua sendo um sonho para muitos deficientes visuais. Uma equipe de professores do campus de Fortaleza do Instituto Federal do Ceará juntamente com a empresa incubada AED Tecnologia, está prestes a tornar isso muito mais fácil e acessível. O grupo está desenvolvendo um equipamento capaz de permitir aos deficientes visuais a leitura de documentos impresso ou digitalizados, bem como a escrita de documentos, utilizando uma ou mais células braile.
O Projeto Portáctil, que está sendo financiado pelo MEC desde 2010 após o reitor do IFCE Cláudio Ricardo Gomes de Lima ter apresentado a idéia ao ministro da Educação Fernando Haddad, ainda possui função de sintetização de voz, permitindo a leitura aos que não dominam a linguagem braile. Coordenado pelo Laboratório de Pesquisa Aplicada e Desenvolvimento em Automação, o projeto tem à frente o professor Anaxágoras Maia Girão, também coordenador geral do Portáctil.
De acordo com o professor Elias Teodoro Júnior, integrante da equipe que desenvolve o projeto, o processo é construído da seguinte maneira: a imagem impressa é capturada pela camera do tablet com ajuda de um software. Em seguida, é usado um OCR (Optical Character Recognition) para obter o texto a partir da imagem. Finalmente, o texto é enviado para a célula braile, dando ao usuário total controle de navegação sobre o texto exibido nessa modalidade de linguagem.
Elias Teodoro ainda lembra que o equipamento se comunica com o tablet via bluetooth, o que permite que, na ausência do tablet, possa ser usado num celular do tipo smartphone. De acordo com o professor, a iniciativa tem como objetivo assegurar a inclusão de deficientes visuais na modernidade da educação. “Atualmente, temos pouca literatura em braile e a um custo muito alto. Esse equipamento possibilitará a leitura de qualquer documento, aumentando significativamente as possibilidades para essas pessoas”.
Outra vantagem é a possibilidade de armazenar várias obras em equipamentos pequenos e portáteis como o tablet e o celular. O Projeto Portáctil, que já tem patente depositada junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), estará totalmente concluído em dezembro e, como se trata de uma pesquisa encomendada pelo MEC, a partir do próximo ano, o ministério poderá contratar empresas fabricantes para comercializar o equipamento.
Com informações da Assessoria de Comunicação do Instituto Federal do Ceará
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Fonte: Agência da Boa Notícia