Uma alta proporção de pessoas com deficiência morre ou sofre lesões durante desastres porque raramente são consultadas sobre suas necessidades e Governos não têm infraestrutura adequada para supri-las. A conclusão é de uma pesquisa produzida pela Estratégia Internacional das Nações Unidas para a Redução de Desastres (UNISDR) e parceiros.
O estudo divulgado nesta quinta-feira (10) consultou cerca de 6 mil pessoas com deficiência em 126 países sobre como lidar e se preparar para as catástrofes. Os resultados mostram que nos casos em que as pessoas precisam ser retiradas, como em inundações ou terremotos, apenas 20% dos entrevistados poderia deixar o local imediatamente sem dificuldades; 6% não seria capaz de abandonar a área e o restante teria condições de sair com um certo grau de dificuldade.
Um dos entrevistados, por exemplo, relatou que não tem como receber os sinais de alerta por não escutar as sirenes.
“Os resultados desta pesquisa são chocantes. Eles revelam que a principal razão pela qual um número desproporcional de pessoas com deficiência sofre e morre em desastres é porque, na maioria das situações, as suas necessidades são ignoradas e negligenciadas pelo processo de planejamento oficial”, disse a chefe da UNISDR, Margareta Wahlström.
Wahlström disse que as pessoas com deficiência também enfrentam dificuldades pós-desastres porque os sistemas de emergência e assistência não estão preparados para receber quem depende de ajuda ou tem alguma deficiência.
Às vésperas do Dia Internacional para a Redução de Desastre (13 de outubro), a UNISDR acrescentou que os conhecimentos e experiências dos entrevitados serão debatidos na Conferência Mundial sobre Redução de Riscos de Desastres em 2015, no Japão, quando um novo quadro de ação deve ser adotado.
Fonte: http://www.onu.org.br/pessoas-com-deficiencia-sao-ignoradas-em-desastres-mostra-estudo-da-onu/