(This is our Convention too!)
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL & E O DIREITO DE TOMAR DECISÕES ( People with intellectual disabilities & the right to make decisions)
Texto de Inclusion International, a organização mundial de famílias com um filho com deficiência intelectual, a que a Federação Nacional das APAEs é filiada, representando o Brasil
Material obtido na Internet
http://www.inclusion-international.org/
Inclusion International é uma assembléia das vozes de pessoas com deficiência intelectual e suas famílias, que promove valores compartilhados de respeito, diversidade, direitos humanos, solidariedade e inclusão
Traduzido do inglês e digitado em São Paulo por Maria Amélia Vampré Xavier, da Rede de Informações Área Deficiências Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo, Rebraf, SP, Carpe Diem, SP, Sorri Brasil, SP, Fenapaes, Brasília (Diretoria para Assuntos International ), Inclusion InterAmericana e Inclusion International em 25 de maio, 2008
Durante muitas décadas, as famílias com um filho com deficiência intelectual, seja por ter nascido um bebê com síndrome de Down ou qualquer outro tipo de deficiência que acometeu a criança ou no estágio embrionário ou nas primeiras semanas de vida, na maioria dos casos, viram-se duplamente isoladas. De um lado o isolamento que é dado a nossas famílias por parte, freqüentemente, de nossos familiares que não sabendo sequer como dirigir a palavra a uma criança que desconhecem totalmente, preferem manter distância. Outra forma de isolamento foi a dada por outros grupos de pessoas deficientes, com a parte intelectual preservada, que de alguma forma recusavam qualquer ligação com as nossas famílias por considerar que a deficiência que apresentavam era de menor gravidade, provavelmente.
Foi preciso muita luta em todo o mundo, uma mudança de posicionamento oficial da Organização Mundial da Saúde para que, finalmente, compreendessemos de maneira geral que nada ganhamos discriminando este tipo de deficiência contra aquele Trata-se de limitações todas elas sérias porque trazem uma série de impedimentos à vida de todo mundo quando não desprezo por parte de gente preconceituosa, de que existem muitas em nosso país e, por extensão, no mundo.
Um dos trabalhos mais lindos, se não o mais lindo, que já lemos foi o texto de Rosângela Berman Bieler, presidente do InterAmerican Institute on Disabilities, em Washington, sobre Inclusão Universal. Tivemos a honra de traduzi-lo para o português, tarefa que executamos com carinho na esperança de estarmos à altura do valor da autora. Nele Rosângela traça essa trajetória através da qual grupos de pessoas deficientes apresentavam uma certa arrogância injustificável em relação aos milhões de companheiros que têm deficiência intelectual, dificuldades cognitivas, mas que além de ser possível em muitos casos superar essas limitações, esses companheiros têm mostrado atitudes e gestos de companheirismo e solidariedade humana que supreendem os que conhecem tão pouco o seu potencial.
Por isso, Inclusion International defende os direitos das pessoas com deficiência intelectual e nós, como integrantes desse movimento mundial, já que nossas funções na Diretoria Executiva da Federação Nacional das APAEs são fundamentalmente na área internacional, acompanhamos passo a passo os avanços registrados, freqüentemente traduzindo textos para o português para possibilitar a leitura e o conhecimento de grande número de simpatizantes.
Vamos ao que nos dizem hoje os líderes mundiais de Inclusion International:
“Muitas pessoas que têm deficiência intelectual não conseguem falar ou se comunicar. O desafio da nova Convenção das Nações Unidas (uma Convenção Internacional Abrangente e Integral sobre a Proteção e a Promoção dos Direitos e da Dignidade de Pessoas com Deficiências) será assegurar que até mesmo aqueles que não têm voz sejam ouvidos.
Nossa Visão
É de um mundo no qual pessoas com deficiência intelectual e suas famílias possam participar igualmente e ser valorizadas em todos os aspectos da vida comunitária.
Diz Susan Beayni
Rebeca não fala,portanto, aqueles que a cercam garantem que ela tenha muitas outras formas de expressar seus sentimentos e desejos. Sua família, seus amigos e seu círculo de apoio procuram ficar muito atentos às pistas que dá e que indicam o que ela gosta de fazer e o que definitivamente não gosta de fazer
INCLUSION INTERNATIONAL
Com o apoio das sociedades filiadas, Inclusion International atua como um agente para mudança, tomando como base quatro princípios importantes que afetam a vida das pessoas com deficiência intelectual e suas famílias.
· Inclusão em todos os aspectos da sociedade do dia a dia;
· Cidadania plena, que respeite direitos humanos e responsabilidades individuais;
· Auto-determinaçã o, para que tenha controle sobre as decisões que afetam a vida de uma pessoa;
· Apoio à família através de serviços adequados e redes de apoio a famílias que têm um filho com deficiência
Para pessoas com deficiência intelectual, a nova Convenção das Nações Unidas é uma ferramenta importante para realizarmos nossa visão de inclusão plena na sociedade.
Todos os direitos humanos que serão esboçados na Convenção se aplicam, igualmente, a pessoas com deficiência intelectual. Contudo, para exercer esses direitos e tê-los realizados, as pessoas com deficiência intelectual devem ser reconhecidas como cidadãs plenas, com o direito e a capacidade de tomar decisões em seu próprio benefício (auto-determinação). O direito de tomar decisões e de ter essas decisões respeitadas sustenta todos os outros direitos nesta convenção: sem isso, pessoas com deficiência intelectual terão negado o direito de morar na comunidade; de ir à escola, de participar de suas comunidades como cidadãos iguais aos outros.
Consideramos muito importantes estas observações de Inclusion International e continuaremos a captar os textos da organização mundial de famílias como as nossas para estar aprendendo cada vez mais a lidar com nossas dificuldades e enfrentá-las.