Extraído do Grupo Forum Inclusão
http://br.groups.yahoo.com/group/foruminclusao/
Como é esta “ressignificação” da escola em que você está trabalhando? No que
vocês evoluíram? Você não trabalha numa Instituição que atende pessoas com
deficiência?
Escola é escola, a que ensina conteúdos, formal, direito de todos.
Uma “escola” dentro de uma Instituição não estará promovendo a Inclusão
nunca…
Por isto, não entendo qual é a “ressignificação” que você menciona.
As Instituições realmente interessadas em promover a Inclusão de crianças,
jovens e adultos passam a realizar atendimentos complementares e em alguns
casos, suplementares.
É tanta coisa boa pra fazer, mas tanta, que Instituição nenhuma, nunca,
fechará se olhar para o hoje com vistas no futuro, porque é pra ontem a tal
da “ressignificação”… Dá pra falar bastante sobre o que uma Instituiço
pode vir a fazer e sei de algumas que avançaram, foram adiante. Instituição
não se move sozinha, não é prédio, móveis ou papel. Nela trabalham pessoas
pensantes, imaginativas, profissionais, competentes. Imagina quando tudo
isso se canaliza para a Inclusão, uau!!!!!
A Instituição pode trabalhar tantos aspectos que promovem a acessibilidade,
que aí sim, concordo que caspa pode virar mandiopã (o que denuncia minha
idade, quem se lembra de tal quitute???), quero dizer, pensar muito no que
fazer. Olha só: Curso de Braille, reglete, máquina Braille, e olha que nesse
ponto tem inúmeras coisas a serem ensinadas, desde assinar até se movimentar
pela cidade… Beneficiaria tanta gente… O que mais? LIBRAS! Este
trabalho pode vir a ser muito interessante em parceria com a escola de
conteúdos formais, porque professora de LIBRAS e de conteúdos juntas, iriam
arrasar no ótimo sentido!!!!!! Atividades complementares para pessoas com
deficiência mental (este termo é de doer, fazer o quê…), qualificação para
inserção no mercado de trabalho, mas sem aquele negócio de oficinas
protegidas… Dança, música, estimulação precoce, vários atendimentos que já
fazem com equipe multidisciplinar na área médica… Assessoria com
profissionais da área quanto a acessibilidade arquitetônico de edificações e
mobiliário, este com participação de Fisioterapeutas… E o pessoal da
Informática???? Pra ajudar na Comunicação Alternativa?
Olha, mas é tanta coisa, mas tanta coisa que precisa e não tem… Aí se
culpa um mundo de gente sendo que na própria casa não se faz nada… Como é,
na casa de ferreiro o espeto é de pau?
Agora, vamos e venhamos, pensar em curso para professores também não se
pensa… Mas curso útil…
Reunião com os pais das crianças, jovens e adultos para auxiliá-los no
caminho da Inclusão, não para provocar ansiedade negativa. As famílias
precisam de apoio, trocar experiências, falar sobre os assuntos que tem
desejo, porque querem perguntar… Ir atrás das famílias que se isolam,
trazê-las para ouvir e serem ouvidas… Mas sem invasão, profissional achar
que tem que saber tudo da vida das pessoas e todas saberem tudo uma das
outras. Também não é assim. É que tem gente que já pensa em comunhão, todo
mundo feliz, paróquia, essas coisas.
Para gente poder ter segurança no caminhar, é preciso ter a convicção de que
se está no caminho certo, sem ter medo de errar aqui ou alí, tendo a certeza
de que o melhor sempre é propiciar ao outro aquilo que almejamos para nós
mesmos. Digo que curso nenhum vai fazer isso. Isso vem do pensamento, da
troca com o outro, da sensibilidade. Óbviamente Teoria é bem vinda e a
Prática nos traz a necessidade. É preciso fazer um exercício muito simples:
imaginar-se no outro, querendo o que se deseja na vida, o que qualquer um
deseja, aprender a ler, a escrever, ter amigos, ir a escola do bairro, a
piscina, jogar bola, bincar de amarelinha, dançar, correr, mesmo que em
cadeira de rodas… Depois se formar, pegar o diploma junto a todos os
colegas, daquela escola alí… Poder ter acesso a livros, ao cinema,
namorar, ter filhos, na impossibilidade, adotá-los, trabalhar, ir ao
barzinho ouvir uma música, papear com os amigos… São devaneios importantes
que devemos ter, pensar que a pessoa com deficiência mental, visual,
auditiva, física, tem os mesmo direitos que julgamos nós termos. O de ir e
vir, de opinar, dizer sim ou não, decidir. Poder ir livremente, como
qualquer cidadão, a qualquer ambiente público ou privado (oras, se tiver que
pagar, é pegar a carteira, tirar o dinheiro recebido pelo trabalho).
Não ser privado de participar de qualquer lugar em nome de uma
“deficiência”, qualquer que seja, em nome de um “bem” que não sei a quem…
Que tal somarmos o invés de vivermos dividindo????
E privar qualquer pessoa disso obviamente não é inclusão.
A Educaçao Especial deveria acabar, sim, porque é uma praga que se propagou
com tanta voracidade que a preocupação com o “será que ela vai acabar?” me
mete medo. Medão, porque é um medo de largar o osso… Agora, pensando pelo
lado conciliador da coisa, pensar a educação especial como complementar e
nunca, mas nunca, como ensino de conteúdos escolares, é bem vindo. Já
descrevi acima várias coisas a serem feitas, poucos exemplos na verdade,
porque numa escola, um professor de educaço especial em parceria com
professor de conteúdos escolares podem realizar trabalho de muito valor.
Desde que cada um na sua, sem tirar estudante da classe em horário de aula e
sem dar qualquer desculpa para que isso seja feito, de qualquer maneira.
Várias prefeituras estão investindo nesses profissionais para que realizem
trabalho significante, em tudo o que é complementar e que promova a
acessibilidade dos estudantes aos conteúdos escolares.
Mais uma dúvida: o que é para você “*casos diversos que não são inclusos em
diversos segmentos*”? Até entendi, mas para minha concepção do que seja
inclusão, não existe esse “senão” aí. É que dependendo, se a pessoa precisa
de tratamento psiquiátrico, por exemplo, e se oferecer risco a si mesmo ou a
outrem, precisa ficar um tempo afastado da escola, dependendo das
orientações médicas, e a escola pensa em como colaborar com o
desenvolvimento pedagógico do estudante, para quando retornar. Uma pessoa
com catapora tem que ficar em casa. Não estou banalizando a questão, se
estamos falando em Inclusão, não podemos “usar” qualquer “deficiência” como
impedimento para uma pessoa ter seus direitos assegurados, como no caso que
estamos falando aqui, o de ir para a escola. Antes se ouvia falar muito
“mal” do “Autismo”, que a pessoa com era muito difícil etc. Hoje, mais um
tabu quebrado… Infelizmente hoje, fruto do “pensamento antigo” digamos
assim, temos jovens e adultos que precisam de muito trabalho profissional.
Hoje se acredita muito mais num trabalho com enfoque na Inclusão…
Quanto a base legal que você precisa, não entendi mesmo… Se você quer uma
escola como apoio ao processo inclusivo, complementando ou suplementado o
ensino “regular”, definindo exatamente o quê, sem ficar no genérico, não
precisa de base legal… Porque já existe. Não precisa ser escola, porque
não vai querer confundir ninguém, que pode achar que alí vai ter ensino de
conteúdos escolares… Apenas cumprir a máxima que você mesmo escreveu:
complementar… Se pensa naquela Matemática Especial, Geografia especial,
Português Especial, sorry, equivocou-se. Deixo bem claro que são minhas
impressões em relação ao que você expôs, e me deixou preocupada porque
pareceu bastante apreensivo. Fique tranquilo, tem muita gente boa nesse
Brasil fazendo e falando sobre Inclusão, aqui no Fórum mesmo.
Sabe, eu nunca falo isso porque acho uma baita perda de tempo, mas sou
pedagoga com formação para a tal da educação especial. Escolhi esta
habiltação porque achava, e era achismo mesmo, que pra ensinar pessoa com
deficiência, precisaria fazer o curso. Bobagem. BOBAGEM.
Fiz num meio em que se acreditava que estudante com “necessidades especiais”
tinha que estar em escola especial para ser ensinado “especialmente” em
conteúdos. Agora faço a grande revelação ao mundo todo: a gente aprende
métodos de ensino! Lógico, e coisas do tipo o que é deficiencia, como se dá,
quais são as características, o que é educação especial, desde quando
existe, quem foi o primeiro a pensar em colocar em instituição, a primeira a
fazer a exclusão, data… Claro que aproveitei todas as disciplinas, assim
como meus colegas, pois quem entra na faculdade quer diploma na mão e
emprego. E só. Aí, pra quem quer e/ou pode, Mestrado e Doutorado, se nao
tomar cuidado, fica tudo voltado pra exclusão também. Tem muito trabalho
bom, que vale a pena a gente ler, porque acrescenta, mas tem outros que já
pelo título se vê a que veio…
Para ser professor, giz na mão, no mínimo. E vontade de ser, e ser curioso,
teimoso, saber que também vive em processo de aprendizagem, como o estudante
a quem ministra aulas. O curso foi bom? Foi, para ensinar todas as crianças,
mas também isso deixou muito, mas muito, mas muito a desejar, porque a grade
curricular é um monstrengo que não “forma” ninguém, a não ser que a pessoa,
cada estudante de graduação, saiba, com firmeza, que é preciso estudar e ir
pra sala de aula adquirir experiência, estudar sempre, não se achar nunca
pronto e acabado quanto ao conhecimento, nem se achar poderoso porque está
ensinando. Até porque, se o estudante não aprende quando você ensina, pode
cometer o crime de achar que há algum problema e é só dele…
Quer fazer atendimento especializado, em horário oposto ao escolar,
complementar ou suplementar, contribuindo significamente para a inclusão da
pessoa? Prepare-se para isso. E sucesso.
Necessito de uma orientação urgente, sou professor em uma escola de educação
especial, estamos resignificando nosso papel frente ao processo inclusivo, ja
evoluimos muito em nossa proposta, mas constantemente vivo com um fantasma a me
perseguir, pois muitos profissionais de diversas áreas questionam muito nosso
trabalho enquanto escola, dizendo que a escola de educação especial não deve
existir mais, ai questiono se a escola mesmo resignificada não existir quem vai
atender a casos diversos que não são inclusos ou aceitos em diversos segmentos.
esctou necessitando de alguma base legal que justifique a existencia e
impamlatação da escola de educação especial, como apoio ao processo inclusivo
com um atendimento deferenciado completando ou suplementando o ensino regular, o
que faço pois acredito na necessidade deste equipamento escola especial, nesse
momento talvez em outro momento futuro possamos rever esta questão da existencia
ou não da escola especial. agradeço pela atenção
prof Tonicarlos
__
—
Patricia kast Caminha
Pela Inclusão ampla, geral e irrestrita de todos a toda sociedade e ao que
ela pode e deve oferecer.
“Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de
aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.”
Oscar Wilde
MENSAGEM ORIGINAL
Necessito de uma orientação urgente, sou professor em uma escola de educação
especial, estamos resignificando nosso papel frente ao processo inclusivo, ja
evoluimos muito em nossa proposta, mas constantemente vivo com um fantasma a me
perseguir, pois muitos profissionais de diversas áreas questionam muito nosso
trabalho enquanto escola, dizendo que a escola de educação especial não deve
existir mais, ai questiono se a escola mesmo resignificada não existir quem vai
atender a casos diversos que não são inclusos ou aceitos em diversos segmentos.
esctou necessitando de alguma base legal que justifique a existencia e
impamlatação da escola de educação especial, como apoio ao processo inclusivo
com um atendimento deferenciado completando ou suplementando o ensino regular, o
que faço pois acredito na necessidade deste equipamento escola especial, nesse
momento talvez em outro momento futuro possamos rever esta questão da existencia
ou não da escola especial. agradeço pela atenção
prof Tonicarlos